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Ucrânia se mobiliza para conter revoltas pró-Rússia

Uma das sedes regionais do governo que havia sido invadida foi retomada, mas os manifestantes reforçaram o controle sobre outra

Manifestantes pró-Russia do lado de fora de prédio do governo em Donetsk: manifestantes se mantiveram pelo terceiro dia seguido no prédio da sede da administração regional (Maks Levin/Reuters)

Manifestantes pró-Russia do lado de fora de prédio do governo em Donetsk: manifestantes se mantiveram pelo terceiro dia seguido no prédio da sede da administração regional (Maks Levin/Reuters)

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Da Redação

Publicado em 8 de abril de 2014 às 18h41.

Donetsk, Ucrânia - Autoridades da Ucrânia tentaram conter levantes pró-Moscou nesta terça-feira ao longo da fronteira com a Rússia, com resultados diversos.

Uma das sedes regionais do governo que havia sido invadida foi retomada, mas os manifestantes reforçaram o controle sobre outra.

Em uma terceira cidade, Luhansk, separatistas com explosivos e outras armas mantinham 60 pessoas reféns dentro da sede local do Serviço Secreto da Ucrânia. 

Os invasores divulgaram um comunicado em vídeo dizendo que querem um referendo sobre o status da região e advertindo que qualquer tentativa de entrar no local será combatida com armas.

No vídeo, reproduzido pela mídia ucraniana, um homem mascarado identificou os invasores como veteranos ucranianos da invasão soviética no Afeganistão e disse que se autoridades tentarem retomar o prédio, serão "bem-vindas ao inferno".

O governo ucraniano e os Estados Unidos acusaram Moscou de fomentar a turbulência como um pretexto para outra incursão militar russa, como ocorreu na Crimeia no mês passado. Mais de 40 mil militares russos estão aglomerados ao largo da fronteira com a Ucrânia, de acordo com a Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan).

Todas as cidades afetadas pelos levantes estão no leste, coração industrial da Ucrânia, que tem uma grande parcela de russos étnicos e onde a hostilidade é mais forte contra o governo que assumiu o poder em fevereiro após a deposição do presidente Viktor Yanukovich.

A comissária de Relações Exteriores da União Europeia, Catherine Ashton, disse que irá se encontrar com os chanceleres dos EUA, da Rússia e da Ucrânia na próxima semana para discutir a situação - a primeira reunião entre os quatro desde que a crise despontou.

Em Washington, o secretário de Estado dos EUA, John Kerry, ameaçou com sanções econômicas mais severas contra Moscou. "O que vemos da Rússia é um esforço ilegal e ilegítimo para desestabilizar um Estado soberano e criar uma crise artificial com agentes pagos através de uma fronteira internacional", disse Kerry à Comissão de Relações Internacionais do Senado norte-americano.

Mais cedo, autoridades ucranianas combateram manifestantes pró-Rússia e reconquistaram o controle de um prédio do governo em Kharkiv, a segunda maior cidade do país, despejando os invasores e detendo dezenas de pessoas.

Enquanto isso, em Donetsk, 250 quilômetros ao sul de Kharkiv, manifestantes se mantiveram pelo terceiro dia seguido no prédio de 11 andares da sede da administração regional capturado no domingo e começaram a formar seu próprio governo paralelo. Fonte: Associated Press.

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