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Noite de distúrbios na periferia de Paris termina com 12 detidos

Moradores das periferias de Paris protestam contra a violência policial de quatro agentes, um deles acusado de violência sexual

Paris: protestos estão se espalhando e atingindo novos distritos na periferia (Wikimedia Commons)
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EFE

Publicado em 14 de fevereiro de 2017 às 11h07.

Última atualização em 14 de fevereiro de 2017 às 11h07.

Paris - Uma nova noite de protestos por causa da violenta detenção policial de um jovem no último dia 2, pela qual quatro agentes estão acusados, um deles por violência sexual com um cassetete extensível, terminou na madrugada desta terça-feira com 12 pessoas detidas na periferia de Paris , na França.

Segundo a polícia, desde que começaram os distúrbios, foram realizadas mais de 100 detenções, 200 veículos foram danificados e mais de 160 caçambas de lixo foram incendiadas em diferentes cidades da periferia norte da capital.

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Os protestos foram ganhando terreno e, na noite anterior, também foram registrados distúrbios em localidades distantes do epicentro, como Dijon.

Após duas noites de certa calma, as ações violentas voltaram a crescer no fim de semana passado, depois que vazou a informação para a imprensa do relatório policial preliminar sobre a agressão policial ao jovem Théo, de 22 anos, hospitalizado com uma lesão na região anal.

Segundo os investigadores, o morador de Aulnay-sous-Bois foi vítima de uma dura agressão, mas o suposto estupro pelo qual um agente foi detido foi qualificado como um fato involuntário.

Uma versão que não convenceu a população dos bairros mais pobres do norte de Paris, onde os cidadãos temem que a polícia quer esconder a realidade dos fatos, o que motivou os protestos.

Os manifestantes podem encontrar novos argumentos na informação publicada hoje pelo jornal "L'Humanité", segundo a qual o delegado de Aulnay-sous-Bois já havia sido condenado no passado por ter ocultado uma agressão policial em 2004.

A vítima foi ameaçada então pelos agentes de ser sodomizada com o aro de uma calota de carro, o que provocou grande escândalo no país.

A ação, segundo o "L'Humanité", foi gravada pelos agentes, mas as imagens foram destruídas quando a investigação interna tentou recuperá-las.

Aquele que então era o delegado responsável por aquela brigada foi condenado a um ano de prisão sem cumprimento e a outro ano de suspensão policial por "abstenção voluntária de cometer um crime".

As autoridades francesas multiplicaram os pedidos de calma.

O presidente François Hollande, que há poucos dias visitou Théo no hospital, inaugura hoje um centro de integração de jovens na periferia norte de Paris.

Acompanhe tudo sobre:FrançaParis (França)

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