Mundo

No G20, Espanha obtém apoio por desapropriação da YPF

Os representantes de União Europeia, Estados Unidos, Alemanha, Itália, Reino Unido, Peru e Chile criticaram a decisão da Argentina, um dos membros do G20

O governo argentino anunciou na segunda-freira a expropriação de 51% da YPF, filial da espanhola Repsol, alegando a falta dos investimentos necessários (Juan Mabromata/AFP)

O governo argentino anunciou na segunda-freira a expropriação de 51% da YPF, filial da espanhola Repsol, alegando a falta dos investimentos necessários (Juan Mabromata/AFP)

DR

Da Redação

Publicado em 20 de abril de 2012 às 06h51.

Puerto Vallarta - A Espanha obteve nesta quinta-feira o importante respaldo de várias nações frente à Argentina pela desapropriação da YPF, durante a reunião ministerial de Comércio do Grupo dos Vinte (G20), que se desenvolve na cidade mexicana de Puerto Vallarta.

Participantes da reunião disseram à Agência Efe que o assunto foi discutido durante a sessão vespertina das negociações, que começaram nesta quinta e continuarão nesta sexta-feira com a presença de representantes de 30 países.

Durante a manhã, o secretário de Comércio da Espanha, Jaime García-Legaz, anunciara que o tema seria levado à reunião porque a decisão argentina é "frontalmente contrária" aos princípios do G20.

"O G20 é um fórum que promove o livre comércio e a economia de mercado, e esta decisão é uma decisão protecionista que rompe a segurança jurídica, que rompe as regras do livre mercado e, portanto, os mesmos pilares do G20", avaliou.

Embora o assunto não tenha sido abordado na primeira sessão, segundo assinalou o ministro do Comércio da Austrália, Craig Emerson, a desapropriação da YPF ocupou metade das deliberações na parte da tarde.

As mesmas fontes consultadas pela Efe destacaram que pelo menos os representantes de União Europeia (UE), Estados Unidos, Alemanha, Itália, Reino Unido, Peru e Chile criticaram a decisão da Argentina, um dos membros do G20.

O representante europeu, Angelos Pangratis, qualificou o assunto de "muito grave" e disse que se soma a outros conflitos anteriores gerados pela Argentina e levados à Organização Mundial do Comércio (OMC).

García-Legaz, cujo país é convidado permanente do G20, disse que a decisão argentina viola acordos existentes entre Espanha e Argentina e rompe as regras estabelecidas.

A secretária de Comércio Exterior da Argentina, Beatriz Paglieri, teve de se manifestar duas vezes durante essa sessão para pedir respeito à soberania argentina e dizer que os presentes não haviam lido o projeto de lei que prevê a desapropriação da maioria do capital da petrolífera YPF, da qual a firma espanhola Repsol é acionista majoritária.

Paglieri também assinalou que se trata de uma questão bilateral que não deveria estar presente nessa reunião.

As fontes disseram que a UE está preparando um documento que recolha as posturas europeias apresentadas na reunião desta quinta-feira.

O encontro procura preparar os temas da agenda da cúpula do G20 que se desenvolverá no estado mexicano de Baixa Califórnia do Sul em junho. 

Acompanhe tudo sobre:América LatinaArgentinaEmpresasEmpresas espanholasEspanhaEuropaG20Indústria do petróleoPiigsRepsol YPF

Mais de Mundo

França inicia campanha para eleições que podem dar vitória para extrema-direta e enfraquecer Macron

Astronauta da Nasa divulga foto de São Paulo vista da Estação Espacial

Netanyahu dissolve gabinete de guerra de Israel

Proposta de Trump para isentar gorjetas de impostos pode custar R$ 1,2 trilhão aos EUA

Mais na Exame