Militantes do Estado Islâmico: a maioria dos afetados por esta medida planejavam sair da Nigéria para se unir ao EI ou aos talibãs, afirmou Obua em declarações recolhidas pelo jornal local "The Punch" (AFP)
Da Redação
Publicado em 11 de agosto de 2015 às 12h58.
Lagos - As autoridades da Nigéria proibiram a saída de 23.471 pessoas que planejavam viajar ao exterior para se unir a organizações terroristas como o Estado Islâmico (EI), os talibãs e a redes criminosas e de prostituição.
O porta-voz do Serviço de Imigração da Nigéria (NIS, sigla em inglês), Emeka Obua, informou nesta terça-feira que a proibição de deixar o país foi mantida durante mais de 15 meses e terminou em março de 2015.
A maioria dos afetados por esta medida planejavam sair da Nigéria para se unir ao EI ou aos talibãs, afirmou Obua em declarações recolhidas pelo jornal local "The Punch".
A proibição afetou um total de 18.555 nigerianos, que não puderam viajar ao exterior em 2014, e 4.916 que também não puderam fazer o mesmo nos três primeiros meses de 2015.
O NIS conseguiu impedir os suspeitos após intensificar as medidas de controle aos nigerianos que viajam ao exterior "para fazer coisas que são contrárias a si mesmos e à imagem do país", declarou Obua.
"Antes da chegada do EI, o NIS já estava lutando contra a emigração ilegal, organizada ou não. As autoridades nigerianas sempre tentaram parar os jovens nigerianos que viajam por motivos duvidosos. É fácil saber pela pouca idade", afirmou.
No entanto, Obua reconheceu que muitos deles recebem ajuda e conseguem driblar os controles de imigração.
"Nossas amplas e extensas fronteiras também não são de grande ajuda neste assunto e o NIS não tem pessoal suficiente para controlar toda a fronteira", admitiu.
Na semana passada, dois homens jovens nigerianos foram detidos na Índia em seu caminho para se unir ao EI, segundo informou a imprensa local. Os dois jovens, identificados como Imran Kabeer e Sani Jamiliu, foram detidos pela polícia na região indiana do Punjab.
Várias mulheres e meninas nigerianas também são recrutadas por redes de tráfico de pessoas para exercer a prostituição no exterior.