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Nicolas Sarkozy acusa Alexis Tsipras de mentir ao povo grego

O ex-presidente francês ressaltou que a Europa não pode virar as costas à Grécia, mas os gregos devem escolher entre a Europa e um governo que quer destruí-la


	Nicolas Sarkozy: Em relação ao referendo do próximo domingo, sobre a proposta dos credores, o ex-presidente classificou a medida como "irresponsabilidade" e "cinismo"
 (Eric Feferberg/AFP)

Nicolas Sarkozy: Em relação ao referendo do próximo domingo, sobre a proposta dos credores, o ex-presidente classificou a medida como "irresponsabilidade" e "cinismo" (Eric Feferberg/AFP)

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Da Redação

Publicado em 29 de junho de 2015 às 11h10.

O ex-presidente da França e líder do partido conservador Os Republicanos, Nicolas Sarkozy, criticou nesta segunda-feira o primeiro-ministro grego, Alexis Tsipras, a quem chamou de "irresponsável" por "mentir ao povo" querer que os demais arquem com as consequências.

Sarkozy discursou na inauguração do Campus FAES, na Fundação para a Análise e os Estudos Sociais, próxima ao Partido Popular e presidida pelo ex-presidente do governo espanhol José María Aznar, que o acompanhava o ato.

O ex-presidente francês ressaltou que a Europa não pode virar as costas à Grécia, mas os gregos devem escolher entre a Europa e um governo que quer destruí-la.

Sarkozy acusou Tsipras de ter prometido coisas que "sabia que não poderia cumprir" e de liderar um governo "irresponsável", que acredita que pode "se eximir de qualquer responsabilidade" e deixar de seguir as regras enquanto os demais pagam por isso.

"Queremos uma Europa forte, não podemos aceitar uma Europa frágil", ressaltou o político francês. Segundo ele, ou se encontra uma via de solução e compromisso ou haverá "um fracasso aterrorizador".

Nesse contexto, afirmou que o futuro da Europa "vai ser jogado" em boa parte no Mediterrâneo, o elo entre África e Europa, se forem encontradas soluções adequadas, ou "será o caos".

Em relação ao referendo do próximo domingo, sobre a proposta dos credores, Sarkozy classificou a medida como "irresponsabilidade" e cinismo".

No entanto, o ex-presidente francês argumentou que essa crise pode servir para consolidar a União Europeia e acelerar a construção de uma zona do euro "digna desse nome". Além disso, se referiu à necessidade de firmar uma política comum em matéria de imigração e luta contra o terrorismo jihadista.

No mesmo ato, Aznar disse que a crise grega "abre novas incertezas" e alertou que "o pior que pode ocorrer em qualquer instituição, em qualquer país, e neste caso na UE é que as regras não sejam respeitadas".

O ex-presidente do governo espanhol insistiu que "se a União Europeia aceitar que as regras sejam descumpridas, o futuro da UE e do Eurogrupo estará gravemente comprometido".

O parlamento grego votou no sábado passado a convocação de um referendo sobre as medidas propostas pelos credores internacionais em troca do desembolso do resgate, em um dia que as instituições rejeitaram conceder uma nova prorrogação.

A decisão sobre o referendo "não constitui uma ruptura com a Europa, mas rompe com as táticas que ofendem a Europa", disse Tsipras, ao pedir ao povo para votar "não".

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