Centro de tratamento do ebola: o diplomata "esteve recentemente na Libéria", disse embaixada (AFP/ Cellou Binani)
Da Redação
Publicado em 13 de abril de 2015 às 23h10.
Autoridades sanitárias de Nicarágua colocaram em quarentena um funcionário da embaixada dos Estados Unidos por seu suposto contato com uma pessoa infectada com o ebola na África - informação não confirmada pela representação diplomática norte-americana em Manágua.
Trata-se de um "oficial da embaixada dos Estados Unidos de 51 anos e um cidadão norte-americano que confirmou ter estado em unidades de saúde onde são atendidos pacientes com ebola na Libéria", afirmou o chefe de epidemiologia do ministério da Saúde da Nicarágua, Carlos Saénz, em coletiva de imprensa.
A Embaixada dos Estados Unidos em Manágua confirmou minutos mais tarde, em um comunicado à imprensa, que o diplomata "esteve recentemente na Libéria", mas negou que tenha estado "em contato com pacientes de ebola".
Antes de voltar para Nicarágua "o funcionário norte-americano foi examinado pelo Center for Disease Control (CDC, na sigla em inglês), em Atlanta (..) confirmando que não apresentava sintomas da doença", explicou a embaixada.
Inclusive "o ministério da Saúde deu sua aprovação para que ele retornasse ao país e voltasse ao trabalho", disse a embaixada.
As autoridades da Nicarágua reconheceram que esta pessoa - cuja identidade não foi divulgada - não apresentava nenhum sintoma da doença e que as medidas eram de caráter preventivo.
No entanto, foi pedido aos Estados Unidos que enviem "um avião com o equipamento necessário para que (o afetado) seja transferido para seu país de origem", disse Saénz.
"Todos os procedimentos necessários estão sendo cumpridos para garantir que a pessoa seja transferida para um hospital em seu país de origem", disse a porta-voz do governo, a primeira-dama Rosario Murillo.
Enquanto são feitos esforços diplomáticos, o ministério da Saúde decidiu isolar, dar monitoramento clínico e estabelecer um cordão de segurança em torno da casa do cidadão norte-americano, que é visitado duas vezes por dia.
De acordo com Murillo, o norte-americano "esteve nos últimos três meses na Libéria" e veio para a Nicarágua no domingo.
A Nicarágua declarou alerta sanitário por ebola no ano passado e tomou medidas para evitar a entrada da doença no país, um dos mais pobres do continente.
Pelo menos 16 imigrantes ilegais africanos foram presos no ano passado pelas autoridades nicaraguenses e colocados em quarentena por suspeita de ebola.