Destruição em Gaza: "não estamos interessados em destruição para nosso povo", diz porta-voz (Roberto Schmidt/AFP)
Da Redação
Publicado em 15 de agosto de 2014 às 09h26.
Cairo - A extensão de cinco dias do cessar-fogo em Gaza parece estar se mantendo, apesar do início turbulento do período de trégua nesta quinta-feira, enquanto as negociações indiretas entre Israel e as principais facções palestinas, incluindo o Hamas, continuam no Cairo.
Trata-se do mais longo cessar-fogo da guerra que teve início no mês passado na Faixa de Gaza. Os combates já mataram mais de 1.900 palestinos, a maioria civis, segundo autoridades palestinas e da Organização das Nações Unidas (ONU). Israel perdeu 67 pessoas, das quais apenas três não eram militares.
Houve uma breve explosão de violência antes as extensão do cessar-fogo anterior, que terminou pouco antes da meia-noite de quarta-feira (horário local). O novo período de trégua vai até a meia-noite de segunda-feira.
O Exército de Israel disse que oito foguetes do Hamas foram lançados contra Israel, mas os disparos foram interrompidos nas primeiras horas desta quinta-feira. Israel retaliou com ataques aéreos, mas a polícia de Gaza disse que as 17 ações militares israelenses não deixaram mortos ou feridos.
Negociadores palestinos no Cairo expressaram otimismo de que um acordo para criar um plano sustentável para o território costeiro pode ser alcançado em breve.
"Há uma oportunidade real para chegarmos a um acordo, mas Israel deve interromper as manobras e jogos com palavras", disse o negociador palestino sênior Khalil al-Haya.
"Não estamos interessados em mais destruição para nosso povo. Não estamos interessados em mais derramamento de sangue", acrescentou ele.
Ziad al-Nakhaleh, vice-líder do grupo militante Jihad Islâmica, disse à Associated Press que está confiante a respeito da possibilidade de um acordo satisfatório ser alcançado.
"A guerra ficou para trás e as chances para um acordo sobre um cessar-fogo duradouro são encorajadoras", afirmou Al-Nakhaleh no Cairo antes de viajar para Beirute para informar o líder do grupo, Ramadan Shallah, a respeito das negociações. "Eu acredito que estamos indo na direção de um ajuste."
O Hamas busca do fim do bloqueio imposto por Israel e Egito ao território em 2007. O bloqueio limitou muito a movimentação de palestinos para dentro e para fora de Gaza, onde residem 1,8 milhão de pessoas, além de restringir o fluxo de bens para o território e bloqueado praticamente todas a suas exportações.
Israel afirma que a medida é necessária para evitar o contrabando de armas. As autoridades israelenses também estão relutantes em fazer concessões que possam fazer com que o Hamas declare vitória. Fonte: Associated Press.