Bagdá - As negociações no Iraque para formar um governo de união depois de anos de profundas divisões prosseguiam nesta segunda-feira, poucas horas antes da sessão do parlamento que deve aprovar sua composição.
O primeiro-ministro Haidar al Abadi, sucessor do polêmico Nuri al-Maliki, foi nomeado em 11 de agosto para formar um novo governo, em plena ofensiva dos jihadistas sunitas do Estado Islâmico (EI), que controlam várias zonas do país.
Abadi tem como limite máximo até terça ou quarta-feira para apresentar seu gabinete.
A comunidade internacional, que quer ajudar o Iraque a combater o EI, pede um governo de união que reúna todas as forças políticas e acusou Maliki de ter favorecido a ofensiva jihadista com uma política autoritária e de discriminação em relação à minoria sunita.
Enquanto isso, a violência prossegue no país.
Dois terroristas suicidas detonaram nesta segunda-feira ao norte de Bagdá seus carros carregados de explosivos e mataram ao menos 18 pessoas, indicaram fontes policiais e de saúde.
Os atentados, que ocorreram na cidade de Dhuluiya, também deixaram 50 feridos, segundo as mesmas fontes.
O número de atentados no Iraque aumentou consideravelmente desde 2012.
Os ataques não foram reivindicados, mas os atentados suicidas são realizados geralmente por extremistas sunitas, incluindo os do EI.
Embora a ofensiva jihadista tenha sido freada graças a uma contra-ofensiva das forças iraquianas e curdas, assim como aos bombardeios aéreos dos Estados Unidos, os atos de violência continuam ocorrendo, em particular contra os bairros xiitas, com atentados que têm como alvo tanto as forças de ordem quanto civis.
Segundo o novo alto comissário para os direitos humanos da ONU, os jihadistas querem criar um mundo sanguinário.
"Como poderia funcionar no futuro um Estado takfiri? (um termo que designa os extremistas sunitas) Seria um mundo violento, mal-intencionado, onde não haveria sombra nem refúgio para os que não forem takfiri", declarou o jordaniano Zeid Ra'ad al Hussein em seu primeiro discurso na abertura da 27ª sessão do Conselho de Direitos Humanos da ONU em Genebra.
Também afirmou que é uma "prioridade imediata e absoluta" colocar fim aos conflitos do Iraque e da Síria, onde o grupo jihadista Estado Islâmico "demonstrou sua indiferença absoluta e deliberada aos direitos humanos".
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1. Bomba relógio política
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1/5 (Milos Bicanski/Getty Images)
São Paulo – Não existe calmaria generalizada e a situação política e econômica de alguns países merecem destaque. Tina Fordham, analista política do Citi, ao lado de sua equipe, preparou um relatório apontando uma série de riscos políticos presentes em diversas partes do mundo. Clique nas fotos ao lado e conheça cinco deles.
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2. Oposição a Putin segue forte na Rússia
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2/5 (©AFP / Natalia Kolesnikova)
No relatório, Tina Fordham e sua equipe afirmam que a onda de protestos na Rússia tem as demonstrações mais fortes desde a perestroika. Eles apontam que observadores internacionais esperavam que os protestos diminuíssem no país após o então primeiro-ministro Vladimir Putin vencer as eleições e voltar a ser presidente do país. Aconteceu justamente o contrário e os protestos continuam. “Os preços brandos do petróleo e os planos para restringir o livre discurso sinalizam a possibilidade de um período de tensões pela frente, ao passo de que a classe média russa continuará desafiando ao governo”, afirmam a analista política do Citi. Na visão do Citi, o cenário atual limita reformas e modernizações na Rússia e dificulta que o governo volte a ter altos níveis de aprovação. “Acreditamos que a alta demanda por mudanças políticas é muito provável pelos próximos três anos”. A foto ao lado mostra a banda punk Pussy Riot, um dos símbolos atuais da oposição popular ao governo russo.
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3. A Grécia continua uma questão frágil
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3/5 (Milos Bicanski/Getty Images)
Na Grécia, com a mudança no padrão de vida que a austeridade causa - e, consequentemente, deixa a população descontente – o Citi alerta que aumentam as evidências de mais problemas sociais, como fome, pessoas sem casa e o aumento do risco de uma divisão violenta na Grécia. A situação aumenta a chances de que o país se torne algo que o Fórum Econômico Mundial chama de “critical fragile states”, que são países que não providenciam condições básicas para a população. Há também na Grécia o risco econômico. Recentemente, num outro relatório, o
Citi alertou que o país tem 90% de chances de deixar a zona do euro nos próximos 12 a 18 meses.
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4. O “homem-chave” da Venezuela
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4/5 (Carlos Garcia Rawlins/Reuters)
As pesquisas mais recentes indicam que Hugo Chávez, atual presidente da Venezuela, deve se reeleger nas eleições que acontecem no país neste ano. A saúde do atual líder, porém, está fragilizada. Por mais que Chávez insista em dizer que está bem, não é possível confirmar seu real estado. Apesar da saúde frágil do atual líder, a Venezuela não apresenta um sucessor “na manga” para Chávez. O Citi reforça que há especulações sobre o que pode ocorrer caso Chávez faleça antes ou depois das eleições. Se isso acontecer, independente do momento, essa possibilidade deve mudar a maneira como o país monopoliza o setor de petróleo.
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5. Tensões entre Irã e Israel continuam
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5/5 (Jack Guez/AFP)
As especulações de que Israel poderia atacar o Irã por conta do programa nuclear do país crescem e a analista política do Citi também acredita nessa possibilidade. Na visão do Citi, as chances de uma ação militar acontecer contra o Irã e as locações de seu programa militar após as eleições nos Estados Unidos são maiores que 25%. Se nada acontecer logo após o pleito, a possibilidade aumenta na primeira metade de 2013.