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Naufrágio na Itália deixa quase cem mortos

Quase cem pessoas morreram em frente à ilha siciliana de Lampedusa no naufrágio de uma embarcação com 500 africanos a bordo, entre eles várias crianças

Imagem extraída de um vídeo da Guarda Costeira italiana: Guarda Costeira informou que cerca de 200 pessoas ainda estão desaparecidas (AFP)
DR

Da Redação

Publicado em 3 de outubro de 2013 às 19h31.

Roma -Quase cem pessoas morreram nesta quinta-feira em frente à ilha siciliana de Lampedusa no naufrágio de uma embarcação com 500 africanos a bordo, entre eles várias crianças, em uma das tragédias mais graves de imigrantes na Itália .

Ao menos 93 pessoas morreram, declarou o vice-primeiro ministro e ministro do Interior do país, Angelino Alfano, acrescentando que 151 pessoas foram resgatadas vivas.

A Guarda Costeira, por sua vez, informou que cerca de 200 pessoas ainda estão desaparecidas.

"É um horror, um horror. Não param de trazer corpos", declarou chorando aos meios de comunicação italianos à prefeita Giusi Nicolini.

Segundo os relatos dos sobreviventes, a tragédia aconteceu depois que os ocupantes da embarcação atearam fogo para chamar a atenção das autoridades italianas. Eles estavam há várias horas em alto-mar.

Mas a embarcação sofreu um incêndio, o que gerou pânico e muitos imigrantes se jogaram ao mar, o que desestabilizou o barco, que virou.

A maioria dos imigrantes procede de Eritreia e Somália. O barco zarpou da Líbia, segundo fontes locais.

"Venha contar os mortos comigo", escreveu a prefeita em um telegrama enviado ao primeiro-ministro, Enrico Letta.

As autoridades da ilha solicitam há meses ajuda à Itália e à União Europeia para enfrentar o fenômeno, denunciado também pelo papa Francisco durante uma visita à ilha em julho.

Já Alfano reagiu à tragédia convocando a União Europeia a ajudar a Itália, afirmando que se trata de um drama europeu, e não apenas italiano.

"Uma vergonha", afirma o Papa

"É uma vergonha. A palavra que me vem à mente é vergonha", declarou o Papa ao ser informado da tragédia.

O Papa argentino, filho de imigrantes italianos, visitou no dia 8 de julho a pequena ilha de Lampedusa, em sua primeira viagem dentro da Itália, durante a qual denunciou a indiferença do mundo frente ao drama dos imigrantes que fogem de seus países em busca de uma vida melhor.


Muito sensível ao tema, Francisco condenou o sistema econômico atual, que marginaliza as camadas mais pobres da sociedade.

A operação de resgate, que conta com a participação da Guarda Costeira italiana, da polícia de fronteira italiana e de barcos pesqueiros e privados, prossegue mais de sete horas após a tragédia.

Segundo Pietro Bartolo, responsável pelo centro de saúde de Lampedusa, entre as vítimas há várias crianças, um menino de três anos e uma menina de dois.

O número de vítimas aumenta com o passar das horas, enquanto os corpos que haviam sido colocados inicialmente no pequeno porto da ilha estão sendo transferidos em ambulâncias a um hangar do aeroporto.

"Não sabemos onde colocá-los", reconheceu a prefeita.

Segundo meios de comunicação locais, um jovem tunisiano foi preso depois de ser reconhecido pelos sobreviventes como um dos responsáveis pelo tráfico de pessoas.

Segundo os relatos, o barco partiu há dois dias de Misurata, na Líbia, e havia sido interceptado por vários barcos pesqueiros que não os ajudaram.

Várias embarcações lotadas de imigrantes ilegais desembarcaram nesta semana no sul da Itália, entre elas uma na noite de quarta-feira com 463 imigrantes, procedentes, ao que parece, da Síria.

Na segunda-feira, 13 imigrantes, em sua maioria da Eritreia, se afogaram quando tentavam chegar à costa perto de Regusa (Sicília).

As vítimas partiram em uma embarcação que transportava 200 imigrantes e refugiados e foram lançadas ao mar por traficantes de pessoas.

No início de agosto, outro drama similar ocorreu em uma praia do leste da Sicília, quando seis egípcios se afogaram tentando chegar à terra.

Em 2013, mais de 25.000 imigrantes desembarcaram na costa do sul do país (Sicília e Calábria), ou seja, quase três vezes mais que em todo o ano de 2012.

*Matéria atualizada às 13h02

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Ao menos 93 pessoas morreram, declarou o vice-primeiro ministro e ministro do Interior do país, Angelino Alfano, acrescentando que 151 pessoas foram resgatadas vivas.

A Guarda Costeira, por sua vez, informou que cerca de 200 pessoas ainda estão desaparecidas.

"É um horror, um horror. Não param de trazer corpos", declarou chorando aos meios de comunicação italianos à prefeita Giusi Nicolini.

Segundo os relatos dos sobreviventes, a tragédia aconteceu depois que os ocupantes da embarcação atearam fogo para chamar a atenção das autoridades italianas. Eles estavam há várias horas em alto-mar.

Mas a embarcação sofreu um incêndio, o que gerou pânico e muitos imigrantes se jogaram ao mar, o que desestabilizou o barco, que virou.

A maioria dos imigrantes procede de Eritreia e Somália. O barco zarpou da Líbia, segundo fontes locais.

"Venha contar os mortos comigo", escreveu a prefeita em um telegrama enviado ao primeiro-ministro, Enrico Letta.

As autoridades da ilha solicitam há meses ajuda à Itália e à União Europeia para enfrentar o fenômeno, denunciado também pelo papa Francisco durante uma visita à ilha em julho.

Já Alfano reagiu à tragédia convocando a União Europeia a ajudar a Itália, afirmando que se trata de um drama europeu, e não apenas italiano.

"Uma vergonha", afirma o Papa

"É uma vergonha. A palavra que me vem à mente é vergonha", declarou o Papa ao ser informado da tragédia.

O Papa argentino, filho de imigrantes italianos, visitou no dia 8 de julho a pequena ilha de Lampedusa, em sua primeira viagem dentro da Itália, durante a qual denunciou a indiferença do mundo frente ao drama dos imigrantes que fogem de seus países em busca de uma vida melhor.


Muito sensível ao tema, Francisco condenou o sistema econômico atual, que marginaliza as camadas mais pobres da sociedade.

A operação de resgate, que conta com a participação da Guarda Costeira italiana, da polícia de fronteira italiana e de barcos pesqueiros e privados, prossegue mais de sete horas após a tragédia.

Segundo Pietro Bartolo, responsável pelo centro de saúde de Lampedusa, entre as vítimas há várias crianças, um menino de três anos e uma menina de dois.

O número de vítimas aumenta com o passar das horas, enquanto os corpos que haviam sido colocados inicialmente no pequeno porto da ilha estão sendo transferidos em ambulâncias a um hangar do aeroporto.

"Não sabemos onde colocá-los", reconheceu a prefeita.

Segundo meios de comunicação locais, um jovem tunisiano foi preso depois de ser reconhecido pelos sobreviventes como um dos responsáveis pelo tráfico de pessoas.

Segundo os relatos, o barco partiu há dois dias de Misurata, na Líbia, e havia sido interceptado por vários barcos pesqueiros que não os ajudaram.

Várias embarcações lotadas de imigrantes ilegais desembarcaram nesta semana no sul da Itália, entre elas uma na noite de quarta-feira com 463 imigrantes, procedentes, ao que parece, da Síria.

Na segunda-feira, 13 imigrantes, em sua maioria da Eritreia, se afogaram quando tentavam chegar à costa perto de Regusa (Sicília).

As vítimas partiram em uma embarcação que transportava 200 imigrantes e refugiados e foram lançadas ao mar por traficantes de pessoas.

No início de agosto, outro drama similar ocorreu em uma praia do leste da Sicília, quando seis egípcios se afogaram tentando chegar à terra.

Em 2013, mais de 25.000 imigrantes desembarcaram na costa do sul do país (Sicília e Calábria), ou seja, quase três vezes mais que em todo o ano de 2012.

*Matéria atualizada às 13h02

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