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Natal mais modesto para uma Europa em crise

Segundo a Deloitte, gastos com presentes e comida nas festas de fim de ano devem cair 0,8% no continente

A crise deve atrapalhar o Natal europeu (Sebastien Nogier/AFP)

A crise deve atrapalhar o Natal europeu (Sebastien Nogier/AFP)

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Da Redação

Publicado em 16 de dezembro de 2011 às 13h54.

Paris - A tensa situação econômica da Europa, somada aos planos de austeridade previstos para Grécia, Grã-Bretanha e Itália e aos temores em relação ao desemprego, devem pesar nas compras de Natal deste ano, dizem especialistas.

Segundo a consultoria Deloitte, deve haver um retrocesso de 0,8%, para 587 euros por família, nos gastos com presentes e comidas de festa dos europeus, com evidentes disparidades de um país para outro.

Uma prova desse recuo é a diminuição dos pedidos registrada por várias empresas chinesas, tradicionais fabricantes de muitos dos produtos vendidos nesta época na Europa.

"O ano de 2012 é esperado com preocupação", diz um estudo da Deloitte realizado em setembro.

Os gregos se preparam para viver seu quarto Natal em recessão, em um clima de grande austeridade.

Na Espanha, a expectativa é que os gastos sejam reduzidos em 17%, a 560 euros, segundo um estudo da Federação de Usuários Consumidores Independentes (FUCI).

"Em Portugal, se espera que o consumo seja reduzido entre 500 e 600 milhões de euros", disse Nuno Camilo, presidente da Associação de Comerciantes de Porto, que prevê "um Natal sem presentes" devido aos cortes "dos subsídios de Natal" (equivalente a um 14º mês).

"Na Itália, dois terços dos consumidores serão obrigados a gastar o mínimo possível por temores em relação ao futuro e às consequências da crise", diz um estudo da organização patronal Confesercenti.

Na Grã-Bretanha, as vendas do varejo já retrocederam mais que o previsto em novembro (-0,4%). "Os consumidores estão de olho em suas contas", lamenta a Federação do Comércio Varejista britânica.

Já para a França, a Deloitte prevê alta de 1,9% nos gastos de Natal, para 606 por família.

Contudo, para Pascale Hébel, diretora do Departamento de Consumo do Centro de Investigações para o Estudo e a Observação das Condições de Vida (CREDOC), os gastos não aumentaram neste Natal. "Os gastos alimentares devem ser mantidos, mas o volume gasto com presentes deve cair", disse.

Na Alemanha, as compras de Natal devem registrar uma ligeira queda, mas ainda devem se manter num nível elevado, diz um estudo do Instituto GfK.

"O Natal é uma festa muito tradicional e os presentes são parte da tradição", disse Wolfgang Adlwarth, responsável pelo estudo.

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