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'Não quero usar o termo guerra civil, mas temo muito', diz Amorim sobre crise venezuelana

Amorim também afirmou ser 'lamentável qualquer tipo de prisão política', mas que espera o Itamaraty para poder falar sobre a prisão de opositora

Celso Amorim, assessor especial da Presidência da República (Ludovic Marin/AFP)

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Agência o Globo
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Publicado em 7 de agosto de 2024 às 17h05.

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O assessor especial da Presidência da República, Celso Amorim, afirmou nesta quarta-feira que teme um agravamento da situação na Venezuela e que isso resulte em uma guerra civil. Braço direito do presidente Luiz Inácio Lula da Silva para assuntos internacionais ressaltou a importância da flexibilidade para conciliação do cenário e criticou a postura de outros países.

— O pior cenário é ficar nessa questão, condena um, condena outro… Eu temo muito que possa haver um conflito muito grave. Não quero usar a expressão guerra civil, mas temo muito. E eu acho que a gente tem que trabalhar para que haja um entendimento. Isso exige conciliação. E conciliação exige flexibilidade de todos os lados. Por que os EUA mantiveram sanções violentas quando já havia processo de negociação? Por que a União Europeia manteve sanções quando foi convidada para ser observadora? — disse ao programa Estúdio i, da Globo News.

Amorim também afirmou ser "lamentável qualquer tipo de prisão política", mas que espera o Itamaraty para poder falar sobre a prisão María Oropeza, uma das coordenadoras regionais da campanha da campanha opositora a Maduro.

— Eu não vi o episódio, eu acho lamentável qualquer tipo de prisão e violência politica, mas para dar uma nota especifica sobre a prisão temos que esperar o Itamaraty que vai ter todas as informações.

Uma colaboradora da líder opositora venezuelana María Corina Machado registrou, em uma transmissão ao vivo, o momento de sua detenção por militares, horas depois de criticar uma campanha oficial que pede a denúncia de casos de "ódio" em meio aos protestos contra a questionada reeleição de Nicolás Maduro, na Venezuela.

Amorim afirmou que não é "questão de endurecer" a posição do Brasil, mas de "falar a coisa certa para que haja pacificação".

— A questão não é endurecer, é falar a coisa certa que ajuda na pacificação — afirmou Amorim, completando: — Pelo nível de divisão na Venezuela será necessário tipo de conversa de mediação. claro que é lamentável que as atas não tenha aparecido, eu falei isso para o presidente maduro, perguntei sobre as atas.

O Conselho Nacional Eleitoral da Venezuela apontou Maduro como foi reeleito com 51,95% dos votos, enquanto seu opositor, Edmundo González, recebeu 43,18%. A oposição e a comunidade internacional contestam o resultado divulgado pelo órgão eleitoral e pedem a divulgação das atas eleitorais. Segundo contagem paralela da oposição, González venceu Maduro com 67% dos votos, contra 30% de Maduro.

Amorim viajou à Venezuela para acompanhar o processo eleitoral no país no dia 28 de julho. O governo brasileiro tem pedido a divulgação das atas.

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