Na véspera de eleição, Netanyahu enfrenta desafio à direita
Pesquisas mostram reeleição do primeiro-ministro, mas com maioria parlamentar menor devido à expansão de grupo de extrema direita
Da Redação
Publicado em 21 de janeiro de 2013 às 17h28.
Jerusalém - Israel vota na terça-feira pela primeira vez desde as revoluções que convulsionaram seus vizinhos árabes, numa eleição que deve levar o Estado judeu mais para a direita, distanciando-se da paz com os palestinos e indo na direção de um confronto ainda maior com o Irã.
Após uma campanha apática, Israel parece prestes a ter o governo mais linha-dura da sua história, aprofundando seu isolamento internacional e potencialmente complicando a relação com os Estados Unidos.
As pesquisas - embora notavelmente erradas em eleições anteriores - preveem a reeleição do primeiro-ministro direitista Benjamin Netanyahu, mas com uma maioria parlamentar menos expressiva, em parte por causa da ascensão de um grupo de extrema direita que se mostra ainda menos aberto a concessões do que os ultranacionalistas hoje instalados no governo.
Nesta eleição, o debate é principalmente sobre temas internos, num momento em que a região muda com inédita rapidez. As revoltas árabes dos últimos dois anos praticamente não foram citadas na campanha, e nem mesmo o Partido Trabalhista (centro-esquerda), outrora pioneiro nas negociações com os palestinos, se animou em propor a retomada do processo de paz, paralisado desde 2010.
Na segunda-feira, Netanyahu fez um apelo a apoiadores que não estejam convictos do voto, num sinal de que ficou assustado com a ascensão do partido Bait Yehudi (Lar Judaico), do milionário Naftali Bennett, que pode obter a terceira colocação.
"Não tenho dúvidas de que muitíssima gente vai decidir na última hora vir para casa, para o Likud-Yisrael Beitenu", disse Netanyahu num comício em Jerusalém, onde reiterou suas promessas de manter a segurança nacional e construir mais assentamentos judaicos, apesar da oposição internacional.
"Tenho uma sensação boa. E no último minuto, apelo a todo cidadão que irá à urna: 'Decida em quem você vai votar - num Israel dividido e fraco, ou num Israel unido e forte, e num partido governista grande?'" Bennett, carismático ex-líder dos colonos, propõe anexar a Israel parte da Cisjordânia ocupada, uma posição ainda mais à direita do que a de Netanyahu, que ainda se diz favorável à eventual instalação de um Estado palestino em terras conquistadas por Israel em 1967.
O partido Likud, de Netanyahu, se aliou na disputa ao ultranacionalista Yisrael Beitenu, numa manobra para se fortalecer à direita. Mas as últimas pesquisas divulgadas na semana passada mostram que a lista governista deve perder até 10 deputados no Knesset (Parlamento, com 120 deputados), e que o Lar Judaico pode eleger até 14.
Segundo as pesquisas, o Likud/Yisrael Beitenu e seus aliados religiosos e de direita devem formar a maioria por apenas três cadeiras. Mas Benett, ex-assessor de Netanyahu, não esconde sua intenção de se aliar ao governo, levando-o ainda mais para a direita. Ele chegou até a colocar o rosto de Netanyahu nos seus cartazes de campanha.
Jerusalém - Israel vota na terça-feira pela primeira vez desde as revoluções que convulsionaram seus vizinhos árabes, numa eleição que deve levar o Estado judeu mais para a direita, distanciando-se da paz com os palestinos e indo na direção de um confronto ainda maior com o Irã.
Após uma campanha apática, Israel parece prestes a ter o governo mais linha-dura da sua história, aprofundando seu isolamento internacional e potencialmente complicando a relação com os Estados Unidos.
As pesquisas - embora notavelmente erradas em eleições anteriores - preveem a reeleição do primeiro-ministro direitista Benjamin Netanyahu, mas com uma maioria parlamentar menos expressiva, em parte por causa da ascensão de um grupo de extrema direita que se mostra ainda menos aberto a concessões do que os ultranacionalistas hoje instalados no governo.
Nesta eleição, o debate é principalmente sobre temas internos, num momento em que a região muda com inédita rapidez. As revoltas árabes dos últimos dois anos praticamente não foram citadas na campanha, e nem mesmo o Partido Trabalhista (centro-esquerda), outrora pioneiro nas negociações com os palestinos, se animou em propor a retomada do processo de paz, paralisado desde 2010.
Na segunda-feira, Netanyahu fez um apelo a apoiadores que não estejam convictos do voto, num sinal de que ficou assustado com a ascensão do partido Bait Yehudi (Lar Judaico), do milionário Naftali Bennett, que pode obter a terceira colocação.
"Não tenho dúvidas de que muitíssima gente vai decidir na última hora vir para casa, para o Likud-Yisrael Beitenu", disse Netanyahu num comício em Jerusalém, onde reiterou suas promessas de manter a segurança nacional e construir mais assentamentos judaicos, apesar da oposição internacional.
"Tenho uma sensação boa. E no último minuto, apelo a todo cidadão que irá à urna: 'Decida em quem você vai votar - num Israel dividido e fraco, ou num Israel unido e forte, e num partido governista grande?'" Bennett, carismático ex-líder dos colonos, propõe anexar a Israel parte da Cisjordânia ocupada, uma posição ainda mais à direita do que a de Netanyahu, que ainda se diz favorável à eventual instalação de um Estado palestino em terras conquistadas por Israel em 1967.
O partido Likud, de Netanyahu, se aliou na disputa ao ultranacionalista Yisrael Beitenu, numa manobra para se fortalecer à direita. Mas as últimas pesquisas divulgadas na semana passada mostram que a lista governista deve perder até 10 deputados no Knesset (Parlamento, com 120 deputados), e que o Lar Judaico pode eleger até 14.
Segundo as pesquisas, o Likud/Yisrael Beitenu e seus aliados religiosos e de direita devem formar a maioria por apenas três cadeiras. Mas Benett, ex-assessor de Netanyahu, não esconde sua intenção de se aliar ao governo, levando-o ainda mais para a direita. Ele chegou até a colocar o rosto de Netanyahu nos seus cartazes de campanha.