Exame Logo

Mursi quer primeiro-ministro independente no Egito

Mursi está em consultas para nomear uma "personalidade nacional independente" no cargo de primeiro-ministro, segundo um de seus assistentes

O presidente egípcio Mohamed Mursi: O recém-empossado Mursi manifesta o desejo de ser "presidente de todos os egípcios" (©AFP/Arquivo / Mohammed Hossam)
DR

Da Redação

Publicado em 26 de junho de 2012 às 15h33.

Cairo - O presidente do Egito , Mohamed Mursi, da Irmandade Muçulmana, disse nesta terça-feira que busca uma personalidade "independente" para chefiar seu governo, com a finalidade de ampliar sua base política diante de um Exército que mantém vastos poderes.

Mursi está em consultas para nomear uma "personalidade nacional independente" no cargo de primeiro-ministro, segundo um de seus assistentes.

"A maioria dos membros do governo terá um perfil técnico", acrescentou à AFP esta fonte, que pediu para ter sua identidade preservada.

O jornal ligado ao governo Al-Ahram falava nesta terça-feira de Mohamed ElBaradei, ex-diretor da Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA) e prêmio Nobel da Paz em 2005, vinculado aos movimentos que lançaram a revolta contra o regime de Hosni Mubarak em 2011.

O periódico mencionava ainda o nome de Hazem el Beblaui, que foi ministro das Finanças de um governo de transição, após a queda de Mubarak em fevereiro do ano passado. Procurado pela AFP, Beblaui declarou que estava no exterior e que, por enquanto, não foi contatado.

A abertura do próximo governo a personalidades de fora do movimento islamita da Irmandade Muçulmana é vista como prova da vontade manifestada por Mursi de ser "o presidente de todos os egípcios".


Também é indispensável para ampliar a base política do presidente perante o Conselho Supremo das Forças Armadas (CSFA), que dirige o país desde a renúncia de Mubarak e deve entregar o poder executivo a Mursi antes do final da semana.

A partir de uma declaração da Corte Constitucional, o CSFA assumiu o poder legislativo, após a dissolução, neste mês, de um Parlamento dominado pela Irmandade Muçulmana.

Os militares também mantêm sua influência sobre a redação da futura Constituição, um dos grandes pontos da agenda política dos próximos meses, e mantêm o controle da segurança no país.

No entanto, a Corte Administrativa do Cairo "suspendeu a aplicação" para a metade de junho de uma decisão governamental que atribui à polícia militar e aos serviços de inteligência militares o direito de deter civis. Esse poder tinha sido retirado do Exército com a suspensão do estado de emergência, em maio.

Na emblemática Praça Tahrir, do Cairo, centenas de militantes da Irmandade Muçulmana se sentaram em protesto contra as amplas competências que o Exército quer manter em seu poder.

Veja também

Cairo - O presidente do Egito , Mohamed Mursi, da Irmandade Muçulmana, disse nesta terça-feira que busca uma personalidade "independente" para chefiar seu governo, com a finalidade de ampliar sua base política diante de um Exército que mantém vastos poderes.

Mursi está em consultas para nomear uma "personalidade nacional independente" no cargo de primeiro-ministro, segundo um de seus assistentes.

"A maioria dos membros do governo terá um perfil técnico", acrescentou à AFP esta fonte, que pediu para ter sua identidade preservada.

O jornal ligado ao governo Al-Ahram falava nesta terça-feira de Mohamed ElBaradei, ex-diretor da Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA) e prêmio Nobel da Paz em 2005, vinculado aos movimentos que lançaram a revolta contra o regime de Hosni Mubarak em 2011.

O periódico mencionava ainda o nome de Hazem el Beblaui, que foi ministro das Finanças de um governo de transição, após a queda de Mubarak em fevereiro do ano passado. Procurado pela AFP, Beblaui declarou que estava no exterior e que, por enquanto, não foi contatado.

A abertura do próximo governo a personalidades de fora do movimento islamita da Irmandade Muçulmana é vista como prova da vontade manifestada por Mursi de ser "o presidente de todos os egípcios".


Também é indispensável para ampliar a base política do presidente perante o Conselho Supremo das Forças Armadas (CSFA), que dirige o país desde a renúncia de Mubarak e deve entregar o poder executivo a Mursi antes do final da semana.

A partir de uma declaração da Corte Constitucional, o CSFA assumiu o poder legislativo, após a dissolução, neste mês, de um Parlamento dominado pela Irmandade Muçulmana.

Os militares também mantêm sua influência sobre a redação da futura Constituição, um dos grandes pontos da agenda política dos próximos meses, e mantêm o controle da segurança no país.

No entanto, a Corte Administrativa do Cairo "suspendeu a aplicação" para a metade de junho de uma decisão governamental que atribui à polícia militar e aos serviços de inteligência militares o direito de deter civis. Esse poder tinha sido retirado do Exército com a suspensão do estado de emergência, em maio.

Na emblemática Praça Tahrir, do Cairo, centenas de militantes da Irmandade Muçulmana se sentaram em protesto contra as amplas competências que o Exército quer manter em seu poder.

Acompanhe tudo sobre:ÁfricaEgitoEleiçõesMohamed MursiPolíticos

Mais lidas

exame no whatsapp

Receba as noticias da Exame no seu WhatsApp

Inscreva-se

Mais de Mundo

Mais na Exame