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Mursi anistia presos políticos da revolução no Egito

Nesta segunda-feira, Mursi estabeleceu anistia para os envolvidos "em crimes cujo objetivo era apoiar a revolução", exceto nos casos de homicídio doloso


	Mohammed Mursi fez esse gesto para contemplar grupos revolucionários que exigiram a libertação dos presos políticos.
 (Asmaa Waguih/Reuters)

Mohammed Mursi fez esse gesto para contemplar grupos revolucionários que exigiram a libertação dos presos políticos. (Asmaa Waguih/Reuters)

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Da Redação

Publicado em 8 de outubro de 2012 às 21h20.

Cairo - O presidente egípcio, Mohammed Mursi, decidiu nesta segunda-feira anistiar as pessoas presas por motivos políticos durante a revolução de 2011 e o posterior período de transição, por ocasião de seus 100 primeiros dias no poder.

Em um decreto aprovado hoje e divulgado na versão digital do jornal egípcio "Al-Ahram", Mursi estabeleceu anistia para os envolvidos "em crimes cujo objetivo era apoiar a revolução", exceto nos casos de homicídio doloso.

A decisão do presidente afeta os condenados e acusados que enfrentam processos por esse tipo de crimes cometidos entre 25 de janeiro de 2011, data do início da revolução que tirou do poder o presidente Hosni Mubarak, e 30 de junho, quando Mursi chegou à presidência do país.

O decreto foi aprovado hoje pelo presidente egípcio, será publicado amanhã no Diário Oficial da União e na quarta-feira entrará em vigor, afirmou à Agência Efe o porta-voz da presidência egípcia, Yasser Ali.

A partir daí, prevê-se que no prazo de um mês a Procuradoria Geral da República publique os nomes das pessoas anistiadas.

Mursi, que acaba de completar seus primeiros 100 dias como líder após ser eleito nas urnas, fez esse gesto para contemplar grupos revolucionários que nos últimos meses exigiram a libertação dos presos políticos.


Segundo dados oficiais, nos sete primeiros meses depois da revolução, quase 12 mil civis foram processados por tribunais militares, o que significou seis vezes mais dos cerca de 2 mil que passaram por suas salas nos últimos 20 anos.

A Junta Militar que governou no Egito de maneira provisória até a chegada de Mursi já concedeu em 2 de novembro a anistia a 334 pessoas condenadas em julgamentos militares.

Mais tarde, por causa do primeiro aniversário da revolução, a cúpula militar perdoou 1.959 ativistas em janeiro deste ano.

O indulto de Mursi tem, no entanto, um alcance geral e se soma a uma série de gestos com os quais o líder quis levar o país a uma certa estabilidade, apesar de haver outras promessas pendentes como as relacionadas com a melhora das condições de vida dos egípcios. 

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