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Mundo registra 3,6 milhões de casos de covid em um dia e bate novo recorde

O planeta tem registrado uma média móvel de 2,7 milhões de casos da doença, um dado que vem saltando diariamente desde o final de dezembro, quando a média girava em torno de 700 mil casos

Covid-19: a curva de infecção exponencialmente crescente continua sem efeito no número de mortes, que permanece estável em torno de 7 mil por dia (Bloomberg/Bloomberg)

Covid-19: a curva de infecção exponencialmente crescente continua sem efeito no número de mortes, que permanece estável em torno de 7 mil por dia (Bloomberg/Bloomberg)

EC

Estadão Conteúdo

Publicado em 13 de janeiro de 2022 às 13h47.

Última atualização em 13 de janeiro de 2022 às 14h07.

Em meio à propagação da variante ômicron do novo coronavírus, o mundo bateu um novo recorde de casos confirmados. Foram 3,67 milhões até a quarta-feira, 12, segundo números do "Our World in Data". Esta é a segunda vez que o mundo passa da marca de 3 milhões, de acordo com os dados compilados pelo site. O planeta tem registrado uma média móvel de 2,7 milhões de casos da doença, um dado que vem saltando diariamente desde o final de dezembro, quando a média girava em torno de 700 mil casos.

Já nesta quinta-feira, 13, as redes de saúde de todo o mundo confirmaram quase 3,4 milhões de casos, segundo dados provisórios da Organização Mundial da Saúde (OMS). Apenas hoje foi registrado o mesmo número de contágios que nos primeiros quatro meses da pandemia, elevando o total acumulado de dois anos para 312 milhões. Um cálculo conservador, pois a OMS conta com o fato de que muitos dos casos não foram diagnosticados ou notificados às redes de saúde.

A curva de infecção exponencialmente crescente continua sem efeito no número de mortes, que permanece estável em torno de 7 mil por dia (7,7 mil nas últimas 24 horas).

A OMS reiterou que apesar da predominância de casos não graves na onda atual, a capacidade da ômicron de causar danos não deve ser subestimada. A entidade também prevê que esta não será a última "variante de preocupação" do coronavírus a ser detectada.

A ômicron, diagnosticada pela primeira vez na África do Sul no início de novembro de 2021, já está presente em 58,5% dos testes realizados pela rede global de laboratórios Gisaid, indicando que já é dominante, superando a delta.

EUA e Reino Unido

Depois de registrarem recordes diários de infecções, impulsionando os números mundiais, cientistas veem sinais de que a onda da ômicron pode ter atingido o pico na Grã-Bretanha e está prestes a fazer o mesmo nos Estados Unidos, momento em que os casos podem começar a cair drasticamente.

O motivo seria de que a variante provou ser tão contagiosa que já pode estar ficando sem pessoas para infectar, apenas um mês e meio depois de ter sido detectada pela primeira vez na África do Sul. "Vai cair tão rápido quanto subiu", disse Ali Mokdad, professor de ciências de métricas de saúde da Universidade de Washington em Seattle (EUA).

Ao mesmo tempo, especialistas alertam que ainda há muita incerteza sobre como a próxima fase da pandemia pode se desenrolar. O platô nos dois países não está acontecendo em todos os lugares ao mesmo tempo ou no mesmo ritmo. E semanas ou meses de sofrimento ainda estão por vir para pacientes e hospitais sobrecarregados, mesmo que a queda aconteça.

"Ainda há muitas pessoas que serão infectadas à medida que descermos a curva", disse Lauren Ancel Meyers, diretora do Consórcio de Modelagem covid-19 da Universidade do Texas (EUA), que prevê que os casos relatados atingirão o pico dentro de uma semana.

Países reduzem quarentena

Apesar do aumento de casos, diversos países estão decidindo reduzir o período de quarentena. Em grande parte devido à falta de trabalhadores nos serviços essenciais por causa das contaminações. O ministro da Saúde britânico Sajid Javid anunciou nesta quinta-feira uma redução para cinco dias da quarentena mínima para as pessoas infectadas na Inglaterra, buscando "minimizar" o impacto das ausências trabalhistas na economia.

"Revisamos o período de isolamento para os casos positivos, para garantir que as medidas estabelecidas maximizem a atividade econômica e educativa, por exemplo, mas também minimizem o risco de que as pessoas contagiosas abandonem a quarentena", anunciou aos deputados.

Citando dados da agência britânica de segurança sanitária UKHSA, o ministro defendeu que "cerca de dois terços dos casos positivos deixam de ser transmissíveis no final do quinto dia".

Sendo assim, a partir de segunda-feira, as pessoas que derem positivo para o teste de covid-19 poderão abandonar a quarentena se apresentarem dois resultados negativos consecutivos no quinto dia e início do sexto. Até agora, o período de isolamento era de até dez dias, com a possibilidade de reduzi-lo para sete se apresentar um teste negativo.

O governo do Peru também anunciou nesta quarta-feira, 12, que o período de isolamento para pessoas infectadas em Lima e sua região metropolitana será reduzido para dez dias, dada a prevalência da variante ômicron.

O ministro da Saúde, Hernando Cevallos, indicou em entrevista coletiva que decidiu "modificar o tempo de isolamento em pacientes sem complicações e febre para dez dias, no caso da região metropolitana de Lima e El Callao", jurisdições que compõem a região metropolitana da capital peruana. Essa área concentra praticamente um terço dos 33 milhões de habitantes do Peru.

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