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Mulheres venezuelanas marcham contra a repressão e pela paz

Lideradas por deputadas e outras líderes da oposição, centenas de mulheres marcharam até a sede do ministério do Interior e da Justiça

Marcha das mulheres: "Nós não queremos propiciar a guerra, estamos comprometidos com a paz", declarou a vice-ministra da igualdade de gênero (Carlos Garcia Rawlins/Reuters)

Marcha das mulheres: "Nós não queremos propiciar a guerra, estamos comprometidos com a paz", declarou a vice-ministra da igualdade de gênero (Carlos Garcia Rawlins/Reuters)

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AFP

Publicado em 6 de maio de 2017 às 16h40.

Última atualização em 6 de maio de 2017 às 19h55.

As mulheres saíram às ruas neste sábado na Venezuela em uma marcha para exigir o fim do que chamam de "selvagem repressão" do governo chavista aos opositores e para pedir o fim da violência.

Lideradas por deputadas e outras líderes da oposição, centenas de mulheres marcharam até a sede do ministério do Interior e da Justiça, no centro de Caracas, para rejeitar a atuação das forças de segurança, que dispersam com frequência os protestos contra o governo com gás lacrimogêneo, balas de borracha e jatos de água.

Manifestações similares foram convocadas em outras cidades.

Os protestos contra o presidente Nicolás Maduro, exigindo eleições gerais como solução para a crise política e econômica no país, deixaram 36 mortos e centenas de feridos e detidos, de acordo com a Procuradoria.

"A ditadura vive seus dias finais e Maduro sabe. Por esta razão, vemos esses níveis sem precedentes de repressão. Então, hoje é a vez das mulheres avançarem", declarou à AFP a ex-parlamentar María Corina Machado.

Por sua vez, Asia Villegas, vice-ministra da Igualdade de Gênero, disse que as mulheres oficialistas caminhariam até a Defensoria Púbica, igualmente no centro da capital, onde os protestos da oposição não conseguem chegar.

"Nós não queremos propiciar a guerra, estamos comprometidos com a paz", declarou Villegas na mobilização, que vai entregar um documento com denúncias de mulheres que foram "vítimas do fascismo", como o governo se refere às ações da oposição.

Maduro descarta convocar eleições gerais. Em vez disso, entregou na quarta-feira passada um decreto de convocação de uma Assembleia Nacional Constituinte para reformar a Constituição.

Metade dos 500 membros da assembleia seriam eleitos por setores - que a oposição diz que são controlados pelo governo - e metade pelo voto municipal.

De acordo com o líder da oposição Henrique Capriles, com a sua Constituinte Maduro pretende apenas evitar as eleições.

A Constituinte "acaba por não ser uma eleição democrática, universal, direta e secreta", declarou Capriles à AFP.

Maduro, por sua vez, argumenta que a Constituinte "conciliaria" o país e reduziria o que chama de "ofensiva da direita opositora", que segundo ele pretende derrubá-lo e propiciar uma intervenção dos Estados Unidos para se apropriar das maiores reservas de petróleo do mundo.

Embaixadores da Organização dos Estados Americanos (OEA) afirmaram à AFP em Washington que os planos para uma reunião de chanceleres estão sendo mantidos para discutir a crise na Venezuela, apesar da decisão de Maduro de deixar o bloco.

Julio Borges, presidente do Parlamento de maioria opositora, reuniu-se na quinta-feira com o secretário-geral da OEA, Luis Almagro, e com o vice-presidente americano Mike Pence, para explicar a "grave situação que existe na Venezuela pela ruptura da ordem constitucional e violação dos direitos humanos".

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