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Mulheres têm cada vez menos filhos na Europa

Proporção cai especialmente nos países do sul, onde se somam várias dificuldades, especialmente de caráter econômico

Bebê: índice ainda está distante dos mínimos históricos (GettyImages)
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AFP

Publicado em 11 de janeiro de 2017 às 10h18.

A proporção de mulheres sem filhos não para de aumentar na Europa, especialmente nos países do sul, Espanha, Grécia e Portugal, onde se somam várias "dificuldades", especialmente de caráter econômico, mas ainda está distante dos mínimos históricos, revelou nesta quarta-feira um estudo francês.

Este estudo comparou a taxa de fecundidade das mulheres europeias nascidas entre 1900 e 1972. No grupo de mulheres nascidas na primeira década do século XX, uma em cada quatro não teve nenhum filho, contra uma em cada sete, na população nascida depois de 1970 (14%), segundo o Instituto Nacional de Estudos Demográficos.

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A Primeira Guerra Mundial, que provocou a morte de muitos homens jovens, e a crise econômica da década de 1930, que forçou muitas pessoas a emigrar, explicam majoritariamente "o atraso em massa da maternidade" no início do século XX.

Mas a bonança posterior e a implementação de um sistema de proteção social mudaram a tendência.

Até 1975, as sociedades viveram o "baby boom", com uma média de 2,1 filhos, o que fez com que na geração de mulheres nascidas na década de 1940 só uma em cada dez não tivesse nenhum filho.

Mas, desde então, a fecundidade não parou de cair, e para as mulheres nascidas em 1974 a média está em 1,7 filho, destacou o estudo.

"Uma contracepção eficaz, a chegada dos filhos em uma idade mais tardia, a maior instabilidade das uniões, o desejo de priorizar o trabalho quando este é cada vez mais instável e a crescente incerteza econômica" podem ter favorecido esta tendência, indicaram os especialistas.

Nos países do leste da Europa, Espanha, Grécia e Itália, até uma em cada quatro mulheres nascidas em 1970 pode não ter nenhum filho e o estudo afirmou que a atual tendência pode crescer.

Nestes países, onde se somam "dificuldades no mercado de trabalho" com "dificuldades de gênero ainda muito marcadas que tornam difícil a conciliação entre o trabalho e a família", esta taxa deve crescer ainda mais, atingindo o máximo alcançado depois da Primeira Guerra Mundial, projetaram os especialistas.

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