Mulheres sentadas em um carro na Árabia Saudita: país proíbe que elas dirijam (Amer Hilabi/AFP)
Da Redação
Publicado em 25 de outubro de 2013 às 11h28.
São Paulo – Não é que as mulheres na Arábia Saudita não possam dirigir. Por lá, não há uma lei afirmando isso. A questão é que elas não podem tirar carteira de habilitação e dirigir sem esse documento é crime. Mesmo com as (pequenas) reformas promovidas pelo rei Abdullah, o grande aliado dos Estados Unidos na península arábica ainda vive sob um regime islâmico baseado no rigoroso Wahabismo.
A reinvindicação pelo direito a dirigir é antiga das mulheres sauditas, mas há dois anos não há manifestações pedindo isso. Quando a de amanhã começou a ser divulgada, um xeque saudita chegou a afirmar que a proibição é pelo “bem da saúde das mulheres”, dizendo que “dirigir machuca os ovários”.
Nesta semana, cerca de 150 clérigos se reuniram em frente a um dos palácios do rei para protestar e questionar o posicionamento de Abdullah, segundo o Huffington Post. O rei ainda não se pronunciou oficialmente sobre a questão das mulheres no volante.
O protesto, de acordo com os organizadores, será pacífico e consistirá basicamente em mulheres dirigindo para tarefas cotidianas. Um ministro saudita afirmou que qualquer pessoa “perturbando a paz” sofrerá as consequências. Entretanto, não fica claro se ele se refere à mulheres ou aos possíveis manifestantes contrários a elas.
Os organizadores estão otimistas. O debate sobre direitos de mulheres dirigirem está em pauta na sociedade saudita e artigos são publicados a respeito quase que diariamente. Desde a última manifestação, o governo do rei Abdullah permitiu que algumas mulheres se tornassem advogadas, competissem nas Olimpíadas e outras poucas passaram a fazer parte do governo.