Mulher com equipamento de proteção contra a Covid-19 em Karachi, no Paquistão (Akhtar Soomro/Reuters)
AFP
Publicado em 24 de junho de 2020 às 13h00.
Última atualização em 24 de junho de 2020 às 16h08.
Grandes diferenças entre os números de casos de coronavírus entre mulheres e homens em partes da África e do Oriente Médio levam a crer que as mulheres podem estar com dificuldade para ter acesso a exames ou cuidados médicos, alertou uma agência humanitária nesta quarta-feira.
No Paquistão, Afeganistão e Iêmen, mais de 70% dos casos relatados são de homens, sendo que a média global é de 51%, e o mesmo ocorre na República Central Africana, Chade e Somália, disse o Comitê Internacional de Resgate (IRC).
"O que estamos vendo é uma situação na qual as mulheres podem estar sendo deixadas sem exames e sua saúde não estar sendo priorizada", disse Stacey Mearns, conselheira técnica sênior de saúde emergencial do IRC.
"Isto poderia ter ramificações graves em seu bem-estar físico".
A Organização Mundial da Saúde (OMS) exorta os países a especificarem gênero e idade dos casos confirmados de Covid-19 para poder analisar quem é mais afetado.
Menos da metade dos casos globais confirmados foi relatada com dados sobre gênero e idade, por isso qualquer interpretação sobre diferenças por gênero deveria ser feita com cautela, disse a OMS em maio.
Até esta semana, a doença já infectou cerca de 9 milhões de pessoas e matou quase meio milhão em todo o mundo, de acordo com uma contagem da Reuters.
Estudos na China, Europa e Estados Unidos mostraram que os homens têm mais probabilidade de serem hospitalizados e morrer de coronavírus do que as mulheres -- mas não apontaram a disparidade de gênero em casos confirmados que provocou alerta no IRC.
Na maior parte da Europa, o número de casos é aproximadamente igual entre homens e mulheres.