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Mulheres e crianças começam a receber ajuda psicológica

Mulheres e crianças de Tacloban, uma das áreas mais devastadas pelo tufão Haiyan nas Filipinas, começaram a receber ajuda psicológica


	Sobreviventes do tufão Haiyan, nas Filipinas: agora que autoridades e ONGs conseguiram cobrir as necessidades básicas de muitos de seus cidadãos
 (Bobby Whipp/Reuters)

Sobreviventes do tufão Haiyan, nas Filipinas: agora que autoridades e ONGs conseguiram cobrir as necessidades básicas de muitos de seus cidadãos (Bobby Whipp/Reuters)

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Da Redação

Publicado em 13 de dezembro de 2013 às 10h08.

Tacloban - As mulheres e crianças de Tacloban, uma das cidades mais devastadas pelo tufão "Haiyan" nas Filipinas, começaram a receber ajuda psicológica para tentar superar seus profundos traumas, mais de um mês depois do desastre.

Agora que as autoridades e as centenas de ONGs presentes na cidade de Tacloban conseguiram cobrir as necessidades básicas de muitos de seus cidadãos, algumas organizações começam a concentrar seus esforços no apoio emocional às vítimas.

Em meia dúzia de tendas de campanha da Ação contra a Fome, chamadas "baby tents", os profissionais tentam ajudar as mães filipinas e seus bebês na gestão do estresse pós-traumático, que muitas vezes desemboca na interrupção da lactação.

"As consequências psicológicas que pode causar um desastre natural assim não são consideradas assunto prioritário, mas são porque no final se não está bem mentalmente, nada funciona", disse à Agência Efe a coordenadora das "baby tents" da ONG, Nuria Díez.

Tacloban, na ilha de Leyte, foi uma das cidades mais afetadas pelo "Haiyan", que deixou pelo menos 7.500 mortos e desaparecidos, assim como mais de quatro milhões de deslocados, em 8 de novembro na região central do arquipélago.

Uma das tendas da Ação contra a Fome está situada em um dos distritos mais castigados da cidade, o 66A, onde cinco cargueiros enormes arrastados pelo tufão destruíram centenas de lares e seus contêineres esmagaram várias pessoas.

Nesta clínica portátil, reservada para mães e bebês, a ONG internacional tenta facilitar a lactação, pois é considerada a estratégia mais eficaz para evitar a desnutrição de menores de até seis meses, assim como potencializar o apego entre mães e filhos, que se vê afetado pelas situações extremas pelas quais passam.

Neste tipo de situações, "as mães, que nas Filipinas têm uma média de entre cinco e sete filhos, passam o dia todo tentando conseguir água e comida para seus filhos, por isso que não têm tempo para permanecer com as crianças", que normalmente também estão muito traumatizadas, explicou Díez.

Além disso, a Ação Contra a Fome oferece apoio psicológico especializado às mulheres, muitas das quais sofreram a perda de maridos e de filhos durante a passagem do tufão "Haiyan", que na área de Tacloban provocou uma alta do nível de mar de até 10 metros.


"Todo mundo perdeu alguém, sua mãe, seu pai, seu marido... Aqui tratamos, por exemplo, de uma mãe que segurava o filho pelas mãos quando chegou a água, mas no final ele se soltou e acabou morrendo", contou a voluntária da Ação Contra a Fome.

Segundo Díez, muitos dos afetados não tiveram tempo de parar e pensar no que aconteceu e por isso é tão importante o apoio psicológico.

"Muitas das mulheres não falam sobre a perda de seus filhos ou seus maridos até chegarem a estes centros de Ação Contra a Fome", comentou.

Não falar sobre as experiências traumáticas vividas no tufão vai ter muitas consequências nas relações dos pais com os filhos, "e consequentemente afetará o desenvolvimento das crianças em todos os níveis", ressaltou a voluntária.

Por sua vez, o Fundo para a População das Nações Unidas (UNFPA), em colaboração com a Secretaria de Bem-Estar Social e Desenvolvimento de Tacloban, também apoia as mulheres com a abertura de cinco centros de evacuação da cidade de espaços que se dedicam à atenção especializada delas.

Nestes "Espaços Seguros para as Mulheres" são cobertas "as necessidades específicas que podem ter as filipinas nesta situação de crise humanitária", explicou uma oficial da UNFPA em Tacloban, Alona Bermejo.

"Há algumas necessidades específicas de mulheres que é preciso levar em conta. Em algumas ocasiões, se a mulher não usar roupa de baixo, pode desencadear um episódio de violência sexual, e por isso distribuímos algumas para tentar evitar estes casos", relatou Alona.

O programa também tenta defender a mulher para que tenha maior acesso aos postos de trabalho que serão gerados com o recolhimento dos escombros em casos de desastre natural e a construção de centros de evacuação.

Alona se queixa que, na maioria das ocasiões, são os homens os que se levam todos os postos de trabalho, por isso que a mulher fica em uma posição vulnerável.

"As mulheres também deveriam poder fazê-lo. Elas também precisam de dinheiro", lembrou.

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