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Mulher é acusada de ameaçar plano de saúde com as mesmas palavras usadas por assassino de CEO

Crime, do qual Luigi Mangione é principal suspeito, teria inspirado moradora da Flórida, que se revoltou após ter um pedido de reembolso médico negado

Ameaça contra plano de saúde: mulher acusada de ameaçar após assassinato do CEO da UnitedHealthcare (AFP)

Ameaça contra plano de saúde: mulher acusada de ameaçar após assassinato do CEO da UnitedHealthcare (AFP)

Agência o Globo
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Publicado em 13 de dezembro de 2024 às 21h03.

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Uma mulher foi acusada nesta sexta-feira, 13, de ameaçar uma empresa de seguro de saúde nos Estados Unidos, ao repetir as mesmas palavras gravadas nas cápsulas de balas encontradas no local onde o CEO da UnitedHealthcare, Brian Thompson, foi assassinado na semana passada. O episódio é mais um desdobramento do caso que parou os Estados Unidos nos últimos dias e culminou na prisão do jovem Luigi Mangione, de 26 anos, como suspeito do crime.

Ao ter um pedido de reembolso por um procedimento médico negado, Briana Boston, de 42 anos, teria dito "Atrasar, negar, defender, vocês são os próximos" a um atendente da empresa Blue Cross Blue Shield enquanto falava numa chamada gravada. Após a ligação, policiais foram até sua casa e a prenderam.

Moradora da Flórida, Boston foi acusada nesta sexta-feira de ameaçar um tiroteio em massa ou ato de terrorista. À polícia, ela teria dito que “as empresas do setor de saúde brincam [com as pessoas] e mereciam pagar o karma do mundo porque são más”. Segundo ela, as palavras teriam sido usadas “porque é o que está nas notícias no momento”.

Investigações

Durante a investigação, a polícia encontrou na cena do crime, em Manhattan, Nova York, três balas, cada uma com uma palavra escrita: "atrasar" (delay), "negar" (deny) e "defender" (defend), uma referência ao livro de 2010 "Atrasar, negar e defender: por que seguradoras não pagam sinistros e o que você pode fazer sobre isso".

— "Ela está neste mundo há tempo suficiente para saber o que é melhor... Não se pode fazer ameaças como essa no ambiente atual em que vivemos e achar que não vamos dar seguimento e colocá-la na cadeia", disse o chefe de polícia de Lakeland, Sam Taylor, à mídia local.

No tribunal, o advogado de Boston pediu que sua cliente respondesse em liberdade, alegando que ela, casada e mãe de três filhos, é réu primária. O juiz fixou, então, uma pena de US$ 100 mil, citando “a situação do nosso país neste momento”.

À BBC, o Departamento de Polícia de Lakeland e o advogado da acusada, Jim Headley, não responderam aos pedidos de comentários.

Revolta contra o setor de planos de saúde

Acusado de assassinar Thompson, Mangione foi preso na segunda-feira após dias de caçada em vários estados. O caso, no entanto, gerou uma onda de apoio ao suspeito e uma revolta contra os planos de saúde dos EUA, cuja rede é totalmente privada.

Maior seguradora do país, Thompson foi responsável por maximizar os lucros da UnitedHealthcare ao aumentar as taxas de rejeição a procedimentos, negando um em cada três pedidos, o maior patamar do mercado.

Na esteira do crime, diversos clientes manifestaram seu júbilo com a morte do CEO e compartilharam suas histórias. Autoridades policiais também receberam alertas sobre possíveis imitadores após cartazes de "procurados" com nomes de presidentes de planos de saúde serem espalhados por Nova York e começarem a ser divulgados nas redes sociais.

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