Mundo

Mudança nas pesquisas intensifica campanha do referendo

O líder trabalhista pediu aos eleitores que respaldem a União ao advertir que um possível triunfo do "brexit" pode colocar em risco a economia do Reino Unido


	Brexit: "As próximas horas determinarão o futuro do Reino Unido", afirmou o político
 (Getty Images)

Brexit: "As próximas horas determinarão o futuro do Reino Unido", afirmou o político (Getty Images)

DR

Da Redação

Publicado em 21 de junho de 2016 às 10h37.

Londres - A campanha para o referendo da próxima quinta-feira no Reino Unido se intensificou nesta terça-feira com o discurso do líder trabalhista, Jeremy Corbyn, e após a mudança apontada pelas pesquisas, que ventilam uma eventual vitória da permanência do país na União Europeia (UE).

Esta terça-feira esteve marcada pela chamada feita por Corbyn aos seguidores trabalhistas para que votem pela permanência no bloco comunitário, durante uma visita que efetuou a Manchester, no norte da Inglaterra.

Após semanas, Corbyn pediu aos eleitores que respaldem a União ao advertir que um possível triunfo do "brexit" (saída da UE) pode colocar em risco a economia do Reino Unido e os direitos trabalhistas.

"As próximas horas determinarão o futuro do Reino Unido", afirmou o político, que entrou totalmente na campanha após uma pausa pelo assassinato na semana passada da deputada trabalhista Jo Cox, baleada em uma rua no norte da Inglaterra.

"Em 23 de junho teremos que tomar uma decisão. Ficamos para proteger os empregos e a prosperidade do Reino Unido que depende do comércio na Europa? Ou damos um passo para um futuro desconhecido se sairmos?", questionou o líder da oposição.

No passado, Corbyn foi crítico ao bloco dos 28 e inclusive votou em 1975 contra a então Comunidade Econômica Europeia (CEE) no plebiscito realizado dois anos depois da entrada britânica na União.

O respaldo dos trabalhistas é visto pelo campo pela permanência como crucial para ganhar a consulta, dada as divisões que há no Partido Conservador do primeiro-ministro, David Cameron, entre os que pedem para ficar na UE e os que respaldam o "brexit", entre eles o ex-prefeito de Londres Boris Johnson.

Além de Corbyn, outros trabalhistas destacados, como o antigo primeiro-ministro Gordon Brown e o ex-líder do partido Ed Miliband continuaram a campanha pró-europeia na cidade escocesa de Glasgow e na inglesa de Birmingham, respectivamente.

A jornada de hoje esteve marcada, além disso, pelo apoio à permanência do empresário americano de origem húngara George Soros e do ex-jogador de futebol David Beckham.

Soros concordou com Cameron de que um eventual "brexit" pode prejudicar a economia e o emprego no Reino Unido.

Em artigo publicado hoje no jornal "The Guardian", o influente multimilionário afirmou que a moeda britânica pode cair "precipitadamente", pelo menos 15%, mas inclusive mais de 20% frente ao dólar se houver o "brexit".

Soros é famoso por ter apostado contra a libra em 1992, algo que lhe rendeu muito dinheiro, mas provocou um forte queda da moeda que obrigou o governo conservador de então a retirá-la do Sistema Monetário Europeu (SME).

Para o financeiro, o impacto do "brexit" pode ser pior que aquela "quarta-feira negro" de 1992, e considerou que os eleitores não devem subestimar as consequências.

"O valor da libra pode cair precipitadamente. Também teria um impacto imediato e dramático nos mercados financeiros, no investimento, nos preços e nos empregos", acrescentou Soros.

A "permanência" recebeu hoje o respaldo de Beckham, que pediu que o país vote pela permanência na UE, porque vive em um "mundo vibrante e conectado".

Em comunicado divulgado hoje, o esportista disse que o Reino Unido é "mais forte" se permanecer no bloco comunitário e lembrou os anos que viveu em cidades europeias como Madri, Milão e Paris.

"Essas grandes cidades europeias e seus torcedores apaixonados me deram as boas-vindas e para minha família, e nos deram a oportunidade de desfrutar suas culturas", escreveu.

Acompanhe tudo sobre:EuropaPaíses ricosReferendoReino UnidoUnião Europeia

Mais de Mundo

O medo da 'uberização' da prostituição em uma Paris olímpica

Biden promete "ir fundo" em investigação após demissão de diretora do Serviço Secreto

"Yes, we Kam" surge como lema da campanha de Kamala

Diretora do Serviço Secreto renuncia ao cargo depois de atentado contra Trump

Mais na Exame