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Mudado, Trump se aproxima de China e Otan e se afasta da Rússia

Reversão em relação à Rússia e à Otan pode tranquilizar os aliados europeus dos EUA que ficaram alarmados com suas declarações durante as eleições

Donald Trump: guinadas aparentes de Trump rumo a uma política externa mais convencional ocorreram em meio a uma desavença interna em seu governo (Mario Tama/Getty Images)
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Reuters

Publicado em 13 de abril de 2017 às 10h16.

Washington - Após menos de três meses no cargo, o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump , mudou bruscamente de postura em uma série de questões de política externa, do relacionamento com a Rússia e com a China à importância da relação dos EUA com a Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan).

Trump, que concorreu à Casa Branca prometendo reformular o status quo em Washington, criticou a China repetidamente durante a campanha, acusando Pequim de ser uma "grande defensora" da manipulação cambial.

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O candidato Trump também desdenhou da Otan, que chamou de obsoleta, e disse que esperava desenvolver uma relação mais amigável com a Rússia.

Mas em uma coletiva de imprensa na Casa Branca e em uma entrevista a um jornal na quarta-feira, Trump expressou visões muito diferentes sobre estes temas, dizendo que seu relacionamento com Moscou está em baixa, enquanto os laços com os chineses estão melhorando. Ele ainda cobriu a Otan de elogios, dizendo que a entidade está se adaptando às ameaças globais sempre em mudança.

"Eu disse que era obsoleta. Não é mais obsoleta", afirmou Trump em uma coletiva de imprensa ao lado do secretário-geral da aliança, Jens Stoltenberg, no Salão Leste da Casa Branca.

A reversão em relação à Rússia e à Otan pode tranquilizar os aliados europeus dos EUA que ficaram alarmados com a aproximação de Trump com Moscou durante a campanha -- mas o presidente ter falado em se aproximar do líder chinês, Xi Jinping, pode causar confusão na Ásia, onde os aliados de Washington temem uma China ascendente.

As guinadas aparentes de Trump rumo a uma política externa mais convencional ocorreram em meio a uma desavença interna em seu governo, que ultimamente testemunhou uma perda de influência de suas figuras políticas, principalmente seu estrategista-chefe, Steve Bannon.

Seis meses atrás, o candidato Trump indicou estar ansioso por uma aliança com o presidente russo, Vladimir Putin.

"Se ele diz coisas ótimas sobre mim, irei dizer coisas ótimas sobre ele", afirmou em setembro.

Na quarta-feira, porém, Trump disse estar cada vez mais preocupado com o apoio da Rússia ao presidente da Síria, Bashar al-Assad.

"Pode ser que estejamos no pior momento em termos de um relacionamento com a Rússia", disse Trump, que ordenou o disparo de mísseis de cruzeiro contra uma base aérea síria na semana passada para punir Assad pelo possível uso de gás venenoso na guerra civil do país.

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