Trump: "Donald Trump se parece com um líder de linchamento", disse Nihad Awad (Jonathan Drake / Reuters)
Da Redação
Publicado em 8 de dezembro de 2015 às 07h32.
Norte-americanos islâmicos rejeitaram, na noite dessa segunda-feira (7), a proposta do pré-candidato à Presidência, Donald Trump, de impedir a entrada de qualquer muçulmano no país.
O diretor executivo do Conselho de Relações Islâmico-Americanas, Nihad Awad, chamou Trump de “irresponsável e antiamericano”, após as declarações de Trump sobre seu plano de impedir a entrada de muçulmanos, para “proteger os Estados Unidos de grupos extremistas”.
O pré-candidato republicano é um dos líderes entre os conservadores na corrida eleitoral.
Nihad disse que é justamente o discurso de Trump o que atrai o ódio e o radicalismo de grupos como o Estado Islâmico – que não tem relação com os que professam a fé islâmica.
"Donald Trump se parece com um líder de linchamento", disse Nihad Awad.
Para ele, a postura de Trump dá combustível à organização para atrair novos seguidores e radicalizar as ações contra o ocidente, sobretudo os Estados Unidos.
“Desta maneira, ele, Trump, acaba fazendo o jogo do grupo e jogando os norte-americanos uns contra os outros”, afirmou.
Anteriormente, após os ataques em Paris e, recentemente, após o tiroteiro em San Bernardino, na Califórnia, quando dois cidadãos muçulmanos dos Estados Unidos dispararam e mataram 14 pessoas, Trump propôs vigiar mesquitas e abrir um banco de dados para cadastrar todos os que professam a religião islâmica no país.
No domingo (6), o presidente Barack Obama havia feito um chamado ao país contra a intolerância e para que as pessoas não se virem "umas contra as outras por medo”.
Em suas declarações, ele afirmou que "o país não tem escolha" e que deveria se lembrar dos episódios do 11 de setembro, para tomar uma posição frente "às ameaças".
A estimativa é de que mais de 7 milhões de muçulmanos vivam nos Estados Unidos.
Esta não é a primeira vez que Trump se posiciona contra imigrantes. Ele já prometeu retirar imigrantes latinos ilegais, sobretudo mexicanos, e terminar a construção do muro em alguns trechos da fronteira terrestre entre os Estados Unidos e o México.