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Muçulmanos condenam atentado na cidade sagrada

Os ataques não foram reivindicados, mas as suspeitas apontam para o grupo extremista Estado Islâmico


	Medina: os ataques não foram reivindicados, mas as suspeitas apontam para o grupo extremista Estado Islâmico
 (Reuters)

Medina: os ataques não foram reivindicados, mas as suspeitas apontam para o grupo extremista Estado Islâmico (Reuters)

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Da Redação

Publicado em 5 de julho de 2016 às 15h52.

O mundo muçulmano condenou nesta terça-feira o atentado executado na tarde de segunda-feira junto à Mesquita do Profeta na cidade sagrada saudita de Medina.

O atentado, que matou quatro guardas, foi um dos três ataques suicidas que atingiram na segunda-feira a Arábia Saudita, a poucos dias do fim do Ramadã, o mês de jejum dos muçulmanos.

Os ataques não foram reivindicados, mas as suspeitas apontam para o grupo extremista Estado Islâmico (EI), que encorajou seus seguidores a lançar atentados durante o mês santo muçulmano do Ramadã.

Nas últimas semanas, o EI reivindicou ou teve atribuídos massacres em Orlando, Istambul, Daca e Bagdá.

O atentado de Medina, a segunda cidade sagrada do Islã, depois de Meca, ocorreu durante as orações do entardecer na Mesquita do Profeta, onde Maomé está enterrado.

Segundo o ministério do Interior, no ataque quatro agentes de segurança morreram e cinco ficaram feridos.

"As forças de segurança suspeitaram de um homem que se dirigia à Mesquita do Profeta quando estava no estacionamento do lugar. Quando tentaram detê-lo, ele detonou um cinturão de explosivos que carregava, o que provocou sua própria morte e a de quatro agentes", afirmaram as autoridades em um comunicado.

A escolha deste local como alvo do ataque provocou uma profunda indignação entre autoridades sunitas e xiitas, e também no Irã, o grande rival regional da Arábia Saudita.

A Al-Azhar, principal autoridade do Islã sunita, com sede no Cairo, condenou o atentado, e destacou "a santidade das casas de Deus, em particular a Mesquita do Profeta".

Maomé passou os 10 últimos anos de sua vida em Medina, onde morreu no ano 632 e foi enterrado.

"Este crime, que deixa as pessoas de cabelo em pé, não pode ter sido lançado por alguém que tenha um átomo de fé no coração", disse Abdullah al Sheikh, chefe do principal órgão assessor da monarquia saudita.

O governo do Irã, que mantém uma forte rivalidade com Riad manifestada nas guerras de Síria e Iêmen, onde ambos apoiam grupos contrários, também se somou às condenações.

"Os terroristas já não têm limites. Os sunitas e os xiitas continuarão sendo vítimas a menos que permaneçam unidos", comentou no Twitter o ministro das Relações Exteriores iraniano, Mohammad Javad Zarif.

O movimento xiita libanês Hezbollah encarou no atentado de Medina "um novo sinal de desprezo dos terroristas por tudo que os muçulmanos consideram sagrado".

No Iraque, o porta-voz do ministério das Relações Exteriores, Ahmed Jamal, estimou que os atentados da Arábia Saudita "deixam em evidência a ideologia desviada" defendida por organizações como o Estado Islâmico.

"O terrorismo não faz distinções entre as religiões, os povos e os valores sagrados", declarou o primeiro-ministro turco, Binali Yildirim, cujo país sofreu muitos atentados no último ano.

O Paquistão condenou "energicamente" os atentados, ressaltando que seus autores são culpados de "blasfêmia". Na capital Karachi, milhares de pessoas se manifestaram em protesto.

Os talibãs afegãos também se pronunciaram contra o ataque que denunciaram como um ato "de ódio". E em Genebra, Rupert Colville, porta-voz do Alto Comissariado de Direitos Humanos da ONU, indicou que o crime foi dirigido "contra todos os muçulmanos".

Onda de atentados

Na segunda-feira ocorreram outros dois atentados suicidas em diferentes regiões do reino.

Em Qatif (leste), uma cidade majoritariamente xiita, um suicida detonou seus explosivos diante de uma mesquita, sem deixar vítimas, informaram testemunhas à AFP.

Antes, ao amanhecer houve um primeiro ataque diante do consulado americano na cidade de Jidá, às margens do Mar Vermelho.

De acordo com o ministério do Interior, dois agentes de vigilância suspeitaram de um indivíduo que estava em um carro no estacionamento do hospital Suleiman Faqeeh, diante do consulado americano, país que na segunda-feira celebrava o aniversário de sua independência.

Quando os agentes se aproximaram, "o homem detonou o cinturão de explosivos dentro do estacionamento", indicou o comunicado. Os dois guardas ficaram levemente feridos.

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