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Mpox não é como a Covid-19, afirma OMS; entenda a diferença

Autoridades destacam que, embora preocupante, o mpox é controlável e requer ação coordenada para evitar novos surtos

Conhecimento prévio da mpox evita que ela tenha o mesmo efeito da pandemia de Covid-19. (OMS/Reprodução)

Conhecimento prévio da mpox evita que ela tenha o mesmo efeito da pandemia de Covid-19. (OMS/Reprodução)

Fernando Olivieri
Fernando Olivieri

Redator na Exame

Publicado em 20 de agosto de 2024 às 07h29.

Última atualização em 20 de agosto de 2024 às 07h29.

Em uma declaração crucial durante uma coletiva de imprensa para esclarecer as diferenças entre o surto atual de mpox e a pandemia de COVID-19, Hans Kluge, diretor regional da Organização Mundial da Saúde (OMS) para a Europa, enfatizou que, apesar das preocupações em torno do mpox, o vírus não deve ser comparado ao coronavírus que provocou a crise global. Kluge sublinhou que, ao contrário da COVID-19, que pegou o mundo de surpresa, as autoridades de saúde já têm conhecimento e ferramentas suficientes para controlar a disseminação do mpox. As informações são da Reuters.

O mpox, também conhecido como varíola dos macacos, é uma infecção viral que provoca lesões cutâneas purulentas e sintomas semelhantes aos da gripe. Embora a maioria dos casos seja leve, a doença pode ser fatal em alguns casos, principalmente em pessoas com sistemas imunológicos comprometidos. A variante clade 1b do mpox, que recentemente atraiu a atenção internacional, é motivo de maior preocupação devido à sua capacidade de se espalhar mais facilmente através do contato próximo, algo que foi confirmado por um caso na Suécia, ligado a um surto em crescimento na África.

A principal mensagem de Kluge foi a de que o mpox, embora digno de atenção, não precisa ser tratado como a nova COVID-19. Ele destacou que, enquanto a nova cepa clade 1 está no centro das atenções, a Europa não deve negligenciar a cepa clade 2, que é menos grave, mas continua a representar um desafio para a saúde pública. Para Kluge, este é um momento crucial para que as nações europeias reforcem suas políticas de vigilância e forneçam orientações de saúde pública adequadas para lidar com o mpox.

Ação contínua

Atualmente, cerca de 100 novos casos da cepa clade 2 do mpox são relatados mensalmente na região europeia, um dado que reflete a necessidade contínua de monitoramento e ação. A OMS vê isso como uma oportunidade para os países demonstrarem sua capacidade de resposta e controle. Kluge advertiu que a forma como a comunidade internacional responderá ao mpox nos próximos anos será um teste vital não apenas para a Europa, mas para o mundo todo.

O alerta de Kluge visa evitar que o mundo caia em um ciclo de pânico e negligência, um comportamento que marcou a resposta inicial à COVID-19. Ele destacou que a principal diferença agora é que os sistemas de saúde já têm à sua disposição as ferramentas necessárias para controlar o mpox, desde que haja uma ação coordenada e preventiva. A mensagem é clara: é possível evitar uma nova crise de saúde pública, mas isso exigirá comprometimento global.

Com a recente confirmação de um caso da variante clade 1b na Suécia e o contínuo surgimento de casos da clade 2 na Europa, Kluge instou as autoridades a não subestimarem o desafio que o mpox representa. No entanto, ele também enfatizou que, com a implementação adequada de medidas de controle e vigilância, o mpox pode ser contido e, eventualmente, eliminado como uma ameaça à saúde pública global.

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