Movimento cria fórum para sugerir apoio de Marina
Independente da decisão do PV, integrantes devem ser liberados para apoiarem quem quiserem
Da Redação
Publicado em 10 de outubro de 2010 às 03h47.
São Paulo - O Movimento Marina Silva - grupo formado por simpatizantes da candidata derrotada do PV à Presidência da República - decidiu abrir um fórum para discutir qual deve ser a posição da senadora neste segundo turno. Segundo Eduardo Rombauer, um dos fundadores do grupo, das 156 manifestações no site até as 15 horas, a maioria defendia que a ex-candidata declare neutralidade.
Além de lideranças do PV e amigos mais próximos, Marina já sinalizou que quer conversar com seus simpatizantes. "Ela deve considerar, em primeiro lugar, que está construindo um novo processo político no País", disse. "Não é a questão de apoiar um ou outro, é saber qual é a melhor forma de levar esse processo adiante", acrescentou. Na opinião de Rombauer, que participou ativamente da campanha de Marina, "de imediato não faz sentido declarar voto a ninguém". "O coerente é ela ouvir os candidatos e os movimentos sociais que a apoiam", afirmou.
Rombauer admite que Marina tende a ser cuidadosa em sua escolha e que, mesmo tendo mais força política que o próprio PV, ela não deixará de ouvir seus companheiros de partido. "O partido é atrasado e é muito menor que a Marina". "A sigla tem falhas graves de liderança, mas a Marina não é o tipo de pessoa que mina quem pensa diferentemente dela, ela não vai deixar de escutar o partido", disse.
Para Rombauer, há uma tendência na coordenação da campanha de apoiar a neutralidade e, considerando os discursos de Marina nos últimos meses e a proximidade dela com antigos amigos do PT, a última das hipóteses seria a de declarar apoio ao tucano José Serra. "Esse é o raciocínio, só não sei se ela teria outro argumento (para apoiar Serra)".
Convenção
O presidente do PV do Rio de Janeiro, Alfredo Sirkis, informou que o partido se reunirá em convenção nos próximos dias para definir uma posição oficial. Independentemente de qual seja a posição formal, os militantes que discordarem estarão liberados para assumir posições contrárias. Até agora, só o candidato derrotado ao governo do Rio de Janeiro, Fernando Gabeira, anunciou que apoiará os tucanos. "O Gabeira é um caso especial, ele já tinha o apoio do PSDB", justificou.
Embora tenha sido contrário à aliança PV-PSDB no Rio, Sirkis não pretende revelar sua opinião antes da reunião da Executiva do partido. Ele se encontrará nesta tarde com Marina para discutir o assunto. De concreto, o partido já decidiu que vai se reunir para definir um programa mínimo a ser apresentado aos presidenciáveis, ouvi-los e, por último, deliberar. "A decisão oficial do PV só sai em 15 dias, depois da convenção", avisou.
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