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Motores de avião da TransAsia falharam antes de acidente

Um dos dois motores do ATR 72-600 que caiu em rio de Taiwan estava em pane, e o outro parou por razões desconhecidas pouco antes do acidente

Mergulhadores procuram no rio Keelung, em Taiwan, pessoas desaparecidas após o acidente, que deixou 35 mortos (Sam Yeh/AFP)

Mergulhadores procuram no rio Keelung, em Taiwan, pessoas desaparecidas após o acidente, que deixou 35 mortos (Sam Yeh/AFP)

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Da Redação

Publicado em 6 de fevereiro de 2015 às 15h34.

Taipé - Um dos dois motores do ATR 72-600 que caiu nesta quarta-feira em um rio de Taiwan estava em pane, e o outro parou por razões desconhecidas pouco antes do acidente, que deixou 35 mortos, anunciaram nesta sexta-feira os investigadores.

A aeronave, cujos motores são fabricados pela Pratt & Whitney Canada, caiu nas águas geladas de um rio logo após a decolagem do aeroporto Songshan de Taipei, com 53 passageiros e cinco tripulantes a bordo, incluindo 31 cidadãos chineses.

"Levando em consideração os dados de que dispomos, observamos que durante um período de tempo os dois motores não tinham propulsão", afirmou Thomas Wang, diretor do 'Aviation Safety Council', que investiga as causas do acidente.

"O motor direito entrou em chamas e provocou um alarme na cabine. O motor esquerdo apagou automaticamente e o piloto tentou reativá-lo, mas não conseguiu", disse Wang.

"Nós ouvimos um 'SOS' às 10:54.35", indicou Wang. "Ainda não determinamos por que o motor (à esquerda) foi desligado manualmente. Nós ainda estamos tentando interpretar os dados das caixas-pretas", disse.

"Parece que eles podem ter desligado o motor errado", indica Greg Waldron, diretor da revista Flightglobal. "O motor direito pegou fogo, mas, por si só, não é suficiente para causar um acidente, porque o ATR é projetado para voar com apenas um dos motores".

Tal hipótese recorda o acidente em 1989 de um Boeing 747 da British Midland, que caiu em uma auto-estrada britânica quando os pilotos desligaram um motor que funcionava ao invés de interromper o que estava com defeito. O acidente deixou 47 mortes.

O voo GE235 da empresa taiwanesa TransAsia ia para Kinmen, uma pequena ilha costeira perto da China, mas controlada por Taiwan.

Imagens de vídeo amador mostraram o ATR 72-600 perdendo altitude e se chocando contra uma ponte antes de cair em um rio. A aeronave deixou para trás um rastro de detritos.

O piloto, Liao Chien-tsung, de 41 anos, está entre as 35 vítimas. Quinze pessoas sobreviveram e equipes de resgate tentam nesta sexta-feira recuperar os corpos de oito desaparecidos.

O corpo de Liao foi encontrado na cabine de comando, com as duas mãos segurando a alavanca de controle e direção, e as duas pernas quebradas, segundo o jornal China Times.

"Ele tentou manter o controle até o último momento, antes de a aeronave mergulhar no rio para tentar controlar a direção e limitar os danos", disse o jornal, citando fontes próximas à investigação.

Além disso, o Departamento de Aviação Civil de Taiwan (CAA), revelou nesta sexta que o ATR havia tido um problema no motor durante um voo entre Toulouse (sudoeste da França) e a Ásia em abril.

"Um dos motores haviam perdido potência durante o voo e teve de ser substituído pelo fabricante", a Pratt & Whitney Canada, afirmou Lin Clark.

Dois investigadores do Bureau de Investigação e Análise (BEA) francês para a segurança da aviação civil viajaram para Taiwan. Quatro engenheiros da ATR devem fazer o mesmo.

Este acidente ocorre sete meses após a queda de outro ATR na ilha ocidental de Penghu, no qual 48 pessoas morreram.

Neste contexto, a TransAsia indicou nesta sexta-feira que seus 71 pilotos de aviões ATR deverão passar por um teste de qualificação, e que a companhia se submeterá a uma inspeção.

Em um comunicado, a companhia aérea indicou que "71 pilotos de sua frota de aviões ATR terão que passar por um teste da Administração Aeronáutica Civil e uma prova profissional para assegurar que todos estão qualificados para seu trabalho".

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