Nantes: vários carros e uma parte de um shopping no bairro de Breil foram incendiados durante os tumultos, que também se estenderam a Malakoff e Dervallières (Dan Kitwood/Getty Images)
EFE
Publicado em 4 de julho de 2018 às 09h23.
Última atualização em 4 de julho de 2018 às 09h24.
Paris - A cidade de Nantes, na França, viveu, na noite de terça-feira, várias horas de distúrbios em três bairros depois da morte de um jovem durante uma operação policial.
Vários carros e uma parte de um shopping no bairro de Breil foram incendiados durante os tumultos, que também se estenderam a Malakoff e Dervallières, explicou o diretor de Segurança Pública do departamento, Jean-Christophe Bertrand, em declarações divulgadas pela emissora "France Info".
"Cabe à Justiça, e somente a ela, esclarecer as circunstâncias que levaram à morte de um motorista após uma operação policial", disse em comunicado, o ministro do Interior da França, Gérard Collomb.
O ministro garantiu a prefeita de Nantes, Johanna Rolland, que mobilizou "todos os meios necessários", e que o dispositivo será mantido pelo tempo necessário, "para acalmar a situação e evitar novo incidente".
Os incidentes começaram por volta das 20h30 (horário local, 15h30 de Brasília), quando uma viatura policial parou um carro e decidiu levar o motorista para uma delegacia, mas ele tentou fugir dando marcha à ré.
Segundo Bertrand, durante sua manobra, o veículo atropelou um dos policiais e então outro agente disparou e acertou o jovem de 22 anos que estava ao volante. Ele veio falecer mais tarde no hospital.
Outro agente disse para a "France Info" que o jovem morto era um criminoso procurado pela Justiça.
Rapidamente começaram os confrontos entre policiais e grupos de jovens, que lançaram coquetéis molotov, montaram várias barricadas, além de queimar carros e alguns lojas.
A prefeita tentou passar uma mensagem de calma e afirmou que sua primeira lembrança foi para o jovem morto, seus familiares, moradores de Breil e dos outros bairros, mas também para os bombeiros e para "os homens e mulheres que estão lá para garantir nossa segurança".
"Naturalmente a justiça, com independência, deverá estabelecer rapidamente com a maior clareza e com total transparência o que aconteceu nesta noite", acrescentou Rolland.
Mais de 200 policiais estiveram mobilizados durante a noite enquanto a situação voltava ficar calma. Não houve detenções.