Kofi Annan: Ele denunciou como "ilegal" a guerra de George W. Bush no Iraque (Mark Wessels/Reuters)
Estadão Conteúdo
Publicado em 18 de agosto de 2018 às 09h16.
Última atualização em 18 de agosto de 2018 às 11h38.
Genebra - O ex-secretário-geral da ONU, Kofi Annan, faleceu neste sábado. Sua fundação, por meio de um comunicado, anunciou sua morte, apenas indicando que ele teria sofrido uma doença súbita. Nascido em Gana em 1938, o africano foi um dos ganhadores do prêmio Nobel da Paz.
Chefe da diplomacia das Nações Unidas entre 1997 e 2006, ele foi internado às pressas num hospital de Berna, na Suíça. Os detalhes sobre seu funeral ainda estão sendo organizados.
António Guterres, atual secretário-geral da ONU, emitiu um comunicado expressando sua "profunda tristeza". "De muitas formas, Annan era a ONU. Ele subiu dentro da organização para liderá-la ao novo milênio, com dignidade e determinação", escreveu.
O português insistiu que Annan foi seu mentor e indicou que, "em tempos turbulentos", ele nunca deixou de agir.
Annan mantinha uma estreita amizade com Sergio Vieira de Mello, o brasileiro que liderou a ONU por algumas das maiores crises humanitárias e que morreu há 15 anos em Bagdá.
Annan ainda teve seu mandato marcado pela decisão de denunciar como "ilegal" a guerra de George W. Bush no Iraque. A partir de então, ele passou a ser alvo de ataques por parte da diplomacia americana. Meses depois de sua declaração, Annan viu seu filho acusado de envolvimento em escândalos de corrupção.
O africano ficou abalado com a ofensiva contra ele e sua família e, por meses, chegou a perder sua voz.