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Morre criança por infecção associada a raro vírus nos EUA

Menino morreu em consequência de um vírus respiratório pouco comum, denominado D68


	O departamento de saúde do estado de Rhode Island (nordeste) anunciou nesta quarta-feira a morte de um menino como consequência de um vírus respiratório pouco comum
 (Divulgação/YouTube)

O departamento de saúde do estado de Rhode Island (nordeste) anunciou nesta quarta-feira a morte de um menino como consequência de um vírus respiratório pouco comum (Divulgação/YouTube)

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Da Redação

Publicado em 1 de outubro de 2014 às 17h26.

Nova York - O Departamento de Saúde do estado de Rhode Island (nordeste dos EUA) anunciou nesta quarta-feira a morte de um menino como consequência de um vírus respiratório pouco comum, denominado D68, que afeta crianças nos Estados Unidos.

O menino faleceu na semana passada, como resultado de uma "septicemia de staphylococcus aureus associada a uma infecção por enterovírus (EV-68)", indicou esse departamento em um comunicado enviado à AFP.

Segundo a mesma fonte, a dupla infecção "é uma rara combinação que pode provocar uma doença muito grave em crianças e adultos".

O enterovírus D68 - que pode causar problemas respiratórios e tosse - afeta mais de 400 crianças em 41 estados dos Estados Unidos, segundo os Centros de Controle e Prevenção de Doenças (CDC, na sigla em inglês).

O surto em nível nacional coincide com a hospitalização de nove crianças por fraqueza, no estado do Colorado (oeste), desde o início de agosto. Os médicos agora investigam se existe uma relação entre os dois sintomas.

"A relação entre os pacientes com sintomas similares à pólio e o enterovírus D68 ainda não é clara", disse o pediatra neurologista Mark Gorman em uma coletiva de imprensa.

As nove crianças no Colorado "tinham problemas respiratórios e desenvolveram, em seguida, problemas neurológicos", anunciaram os CDC na segunda-feira.

"É preocupante", admitiu o médico Robert Glatter, do Hospital Lenox Hill, de Nova York.

"Não está claro porque, em vista da natureza expansiva desse vírus, atualmente mostra alguns sintomas neurológicos em uma quantidade muito pequena de pacientes", disse ele à AFP.

Oito das nove crianças afetadas com paralisia estão com as vacinas em dia. Algumas melhoram, mas não está claro se a paralisia será permanente.

Já o Hospital Infantil de Boston (nordeste) informou na terça-feira que várias crianças estão em observação depois de terem desenvolvido sintomas similares.

Doença pode infectar sistema nervoso

Alguns enterovírus, inclusive o D68, demonstraram, em alguns casos, serem capazes de causar sintomas neurológicos e súbita fragilidade muscular.

"O vírus pode infectar o sistema nervoso central, afetando algumas células e a espinha dorsal, e isso é o que, na realidade, leva à paralisia", explicou Glatter.

O surgimento de casos de paralisia, até agora apenas no Colorado, sugere que "é possível que o vírus possa estar sofrendo mutação", acrescentou.

"Não está claro porque algumas crianças são afetadas e outras, não", afirmou Glatter.

Enquanto tentam dissipar essa dúvida, o surto se expande rapidamente. No começo do mês, os CDCs anunciaram que mais de dez estados reportaram casos. Por volta do fim de setembro, 40 estados estavam envolvidos.

Lavar as mãos é uma defesa-chave

O enterovírus D68 não é novo. Foi descoberto em 1962, mas seu aparecimento era muito excepcional, segundo especialistas.

No ano passado, foram relatados 20 casos na Califórnia, mas os especialistas não estabelecem nenhuma relação entre eles.

Os vírus dessa família circulam geralmente no fim do verão e no começo do outono, antes que comece a temporada de gripes.

Se as estações começam a se sobrepor, os especialistas preveem que a potencial dupla infecção pode ser particularmente perigosa para as crianças com asma.

Enquanto isso, os médicos aconselham os pais a controlarem os filhos e buscarem assistência médica urgente, se notarem dificuldades respiratórias neles, mesmo sem febre alta.

"Cerca de um terço das crianças não tem febre", disse Glatter.

Se os pais detectarem "ruído bronquial, fraqueza, enjoos, com sintomas respiratórios e congestão, devem ir imediatamente ao hospital. Não se pode perder tempo", frisou.

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