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Morre Charlie Gard, bebê britânico portador de doença rara

O bebê de 11 meses sofria de uma condição genética extremamente rara que causava dano cerebral progressivo e fraqueza muscular

Homenagem ao bebê britânico: "nosso lindo garoto se foi, estamos tão orgulhosos de você, Charlie", disse Connie Yates, a mãe do bebê (Peter Nicholls/Reuters)
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Reuters

Publicado em 28 de julho de 2017 às 14h49.

Última atualização em 28 de julho de 2017 às 16h35.

Londres  - Charlie Gard, um bebê britânico que se tornou centro de uma disputa amarga entre seus pais e médicos sobre se poderia ser levado aos Estados Unidos para tratamento experimental, morreu nesta sexta-feira.

O bebê de 11 meses sofria de uma condição genética extremamente rara que causava dano cerebral progressivo e fraqueza nos músculos, e a longa luta de seus pais para salvá-lo gerou comoção global.

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"Nosso pequeno lindo menino se foi, estamos muito orgulhosos de você, Charlie", disse Connie Yates, mãe do bebê, segundo o jornal Daily Mail.

A mídia local informou que um porta-voz da família confirmou a morte.

"Todos no Great Ormond Street Hospital enviam suas sinceras condolências aos pais e entes queridos de Charlie neste momento muito triste", disse uma porta-voz do hospital onde Charlie estava recebendo tratamento.

Depois de uma batalha judicial que provocou um debate global sobre quem tem o direito moral de decidir o destino de uma criança doente, um juiz ordenou na quinta-feira que Charlie fosse levado para uma clínica onde os aparelhos que o mantinham vivo fossem desligados.

Yates e o pai do bebê, Chris Gard, queriam que Charlie recebesse um tratamento que nunca havia sido testado em ninguém com sua condição antes, contra as recomendações de médicos em seu hospital em Londres, que disseram que o tratamento não iria beneficiá-lo e iria prolongar seu sofrimento.

Charlie precisava de aparelhos para respirar e não conseguia ver, ouvir ou engolir.

O caso atraiu comentários do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, que disse no Twitter em 3 de julho que "teríamos o maior prazer" em ajudar Charlie, e do papa Francisco, que disse que os pais deveriam ter direito de fazer o possível para o tratamento do filho.

Tribunais do Reino Unido, após ouvirem diversas evidências médicas, decidiram que iria contra os melhores interesses de Charlie colocá-lo em terapia experimental de nucleósido, feita pelo professor norte-americano de neurologia Michio Hirano.

O caso gerou debates acalorados nas redes sociais e na imprensa sobre ética médica, e a equipe do hospital Great Ormond Street que tratou o bebê sofreu ameaças de morte.

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