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Morcegos africanos na mira da FAO por transmissão do ebola

Morcego frugívoro é uma iguaria muito apreciada no oeste da África e tem potencial para disseminar epidemia de Ebola

Morcego em uma caverna da Itália: morcegos estão na mira da FAO por papel na transmissão do Ebola na África (Bruno Manunza/AFP)
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Da Redação

Publicado em 5 de agosto de 2014 às 13h36.

Roma - A Organização das Nações Unidas para a Agricultura e a Alimentação (FAO) inquietou-se esta segunda-feira sobre o risco que representa o consumo da carne de morcegos frugívoros, destacando seu papel direto na propagação da epidemia de Ebola na África .

"É preciso intensificar os esforços para uma tomada de consciência nas comunidades rurais do oeste da África sobre os riscos que elas correm de contrair o vírus Ebola ao comer certas espécies da fauna selvagem", declarou a FAO em um comunicado de imprensa.

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Muito visado, assim como alguns primatas e diferentes espécies de cefalópodes (antílopes africanos), o morcego frugívoro é uma iguaria muito apreciada nesta região do planeta, sendo "consumido seco ou em sopa temperada", detalha a organização da ONU.

"Nós não sugerimos apenas que as populações parem com a caça, elas também precisam ter diretrizes claras, como não tocar nos animais mortos ou vender ou comer a carne dos animais encontrados mortos", alertou o veterinário-chefe da FAO, Juan Labroth.

"O vírus só é aniquilado quando a carne é cozida em alta temperatura ou bem defumada", explicou o especialista.

A fim de conter a propagação do Ebola em Guiné, Libéria ou ainda em Serra Leoa, a FAO, em colaboração com governos destes países e a Organização Mundial da Saúde (OMS), vai "implantar sistemas de vigilância da fauna selvagem para favorecer a detecção precoce do vírus".

"As comunidades rurais têm um papel importante ao indicar uma mortalidade incomum da população animal, daí que sua colaboração é crucial", afirmou Katinka De Balogh, "coordenadora de Ebola" na FAO.

O vírus Ebola foi ativado no oeste da África, pela transmissão do vírus de animais selvagens infectados ao homem, antes de se propagar pela transmissão de pessoa a pessoa.

Com mais de 600 mortos registrados no oeste da África, após a detecção do primeiro caso, em dezembro de 2013, segundo cifras da OMS, o vírus Ebola vive seu "surto mais mortal já registrado", lembra a Organização da ONU, com sede em Roma.

Letal em 90% dos casos e sem vacina ainda desenvolvida para contê-lo, o vírus Ebola causa falência de múltiplos órgãos e hemorragias graves.

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