Morales: EUA querem uma Síria ou um Afeganistão na América Latina
O presidente da Bolívia convocou os países "progressistas" da região a unir-se para relançar uma luta contra o país presidido por Donald Trump
EFE
Publicado em 20 de julho de 2017 às 12h50.
Havana - Os Estados Unidos querem "uma Síria, um Iraque ou um Afeganistão na América Latina" para apoderar-se do petróleo da Venezuela, segundo afirmou o presidente da Bolívia, Evo Morales, que convocou os países "progressistas" da região a unir-se e relançar sua luta, segundo publicou nesta quinta-feira a imprensa oficial cubana.
Em uma entrevista concedida em Manágua ao jornal "Granma" e à agência "Prensa Latina" - ambos estatais -, o governante boliviano sustentou que, "como sempre, os EUA querem o petróleo venezuelano e para isso são tantas tentativas de intervenção e golpes de Estado".
Morales, acompanhado de seu chanceler, Fernando Huanacuni, chegou ontem à noite para uma breve visita de trabalho a Havana, onde foi recebido pelo vice-ministro de Relações Exteriores cubano, Rogelio Sierra, e o recém designado embaixador em Cuba do país andino, Juan Ramón Quintana.
O governante boliviano considerou na entrevista que "a agressão direta é o último recurso" que resta aos EUA contra a Venezuela e reiterou suas críticas à Organização dos Estados Americanos (OEA) por seu posicionamento a respeito da crise política, social e econômica que atravessa esse país.
"Não se pode entender como um irmão latino-americano como (o secretário-geral da OEA, o uruguaio) Luis Almagro se transforma no melhor golpista e no melhor instrumento do império", lamentou.
Morales também se solidarizou com o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, sobre quem disse ser vítima de "uma injustiça", uma vez que, em sua opinião, "não há uma só prova" contra ele.
"A direita sabe, o império sabe que, se Lula candidatar, será o vencedor e não querem que ele volte", destacou Morales.
Além disso, o presidente boliviano expressou seu apoio a Cuba frente à mudança de política dos Estados Unidos para a ilha anunciada em junho pelo presidente desse país, Donald Trump, e classificada por Morales como "sintoma de fraqueza".