O gasto com a conversão para o GNV é pago em até 18 meses, pois além de custar menos que a gasolina e o etanol, garante desconto de IPVA em estados como o Rio (Divulgação)
Da Redação
Publicado em 1 de março de 2012 às 07h26.
Rio de Janeiro – Com o barril do petróleo chegando a US$ 125 e a perspectiva de problemas geopolíticos no Oriente Médio, que podem elevar ainda mais o valor da gasolina nas bombas, o momento é favorável à conversão do carro para o gás natural veicular (GNV), disse o engenheiro Rosalino Fernandes, coordenador do Comitê de GNV do Instituto Brasileiro de Petróleo, Gás e Biocombustíveis (IBP).
Ele alerta que o país tem que se preparar para a entrada de grandes volumes de gás natural, com a exploração do pré-sal e dos demais campos petrolíferos. “Existe a perspectiva de crescimento no mercado, com uma grande disponibilidade do pré-sal. Isso abre espaço para o gás complementar nossa matriz energética e de nos protegermos das oscilações do preço do petróleo”, disse.
Outro bom motivo para a adesão ao GNV, segundo o engenheiro, é que o preço do etanol, que seria uma alternativa à elevação da gasolina, também não deverá baixar: “O mercado de açúcar continuará demandador, incentivando as usinas a exportarem o produto, o que pressiona o preço do etanol internamente”.
Fernandes calcula que o gasto com a conversão para o gás natural seja pago em até 18 meses, pois além de custar menos que a gasolina e o etanol, o uso de GNV garante desconto de IPVA em estados como o Rio de Janeiro.
Ele garante que a utilização do GNV é tão segura quanto a de outros combustíveis, mas avisa que para isso é preciso atentar para duas condições básicas: fazer a instalação do kit gás em um local credenciado e efetuar manutenção anual no sistema do veículo, além de trocar o cilindro quando ele chegar ao fim de sua vida útil, calculada em até dez anos.
De acordo com o engenheiro, o Brasil já tem uma frota de 1,7 milhão de veículos rodando com gás natural. Em 2009 eram 1,5 milhão. O estado com o maior número de usuários de GNV é o Rio de Janeiro, com 789 mil veículos, seguido por São Paulo, com 385 mil, Santa Catarina, 71 mil, Bahia, 69 mil, e Minas Gerais, 63 mil.
Entre os fatores que dificultam a expansão da frota brasileira movida a gás, segundo ele, está a reduzida rede de postos que oferecem o combustível. Em todo o Brasil, que tem 5.566 municípios, existem 1.729 postos de GNV. No estado do Rio, são 537. Em São Paulo, 406, em Santa Catarina, 132, e na Bahia, 70.
“Embora a decisão das redes na instalação dos postos passe pela questão do retorno financeiro, cabe ao Poder Público incentivar o uso do GNV”, considera Fernandes, que lembra a importância do uso do combustível para o meio ambiente. Ao ser queimado, o etanol deixa pouquíssimos resíduos no ar.