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Moçambique investiga servidores por propina da Odebrecht

A Odebrecht admite ter pagado propinas de US$ 900 mil para funcionários do governo entre 2011 e 2014 para obter o contrato de construção de aeroporto

Odebrecht: o projeto da construtora no país foi orçado em US$ 90 milhões, mas acabou custando US$ 216,5 milhões (jbdodane/Flickr/Creative Commons)
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EFE

Publicado em 31 de janeiro de 2017 às 17h56.

Maputo - As autoridades de Moçambique estão investigando servidores que teriam recebido propina da Odebrecht para que a construtora brasileira vencesse a licitação para as obras do aeroporto de Nacala, no norte do país, informou nesta terça-feira o Escritório Central de Luta contra a Corrupção.

A Odebrecht admite ter pagado propinas de US$ 900 mil para funcionários do governo de Moçambique entre 2011 e 2014 para obter o contrato de construção de um aeroporto em Nacala, a única obra da empresa brasileira no país africano.

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O projeto foi orçado em US$ 90 milhões, mas acabou custando US$ 216,5 milhões.

Do total, US$ 125 milhões foram financiados pelo Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico (BDNES) e o restante por uma instituição financeira local, o Standard Bank.

"Já iniciamos contatos com o Brasil", confirmou o porta-voz do Escritório Central de Luta contra a Corrupção, Eduardo Sumana, que disse que o segredo de justiça estabelecido pelo Supremo Tribunal Federal (STF) sobre as delações da Odebrecht podem paralisar as investigações em Moçambique até maio.

As autoridades de Moçambique investigam, além disso, propinas pagas pela Embraer para garantir a venda de aviões comerciais para a Moçambique Airlines.

Segundo Sumana, os investigadores constataram a "existência de provas de práticas criminais" e que o caso estão "muito avançado".

No fim de 2016, a Embraer admitiu à Justiça brasileira que pagou US$ 800 mil em propinas a diretores da Moçambique Airlines para fechar a venda de dois aviões comerciais em 2008. Cada um custou à companhia aérea do país US$ 32 milhões.

De acordo com documentos divulgados em dezembro pelo Departamento de Justiça dos Estados Unidos, a Odebrecht pagou US$ 788 milhões em propinas em 12 países da América Latina e África.

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