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Minorias devem ser tratadas com igualdade, diz Obama

O presidente pediu que todos os grupos étnicos de Mianmar, inclusive a minoria rohingya, sejam tratados com igualdade


	O presidente americano, Barack Obama: cidadania dos rohingya é negada pelas autoridades
 (Damir Sagolj/Reuters)

O presidente americano, Barack Obama: cidadania dos rohingya é negada pelas autoridades (Damir Sagolj/Reuters)

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Da Redação

Publicado em 14 de novembro de 2014 às 09h31.

Naypiydaw - O presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, pediu nesta sexta-feira que todos os grupos étnicos de Mianmar, entre eles a minoria muçulmana rohingya, cuja cidadania é negada pelas autoridades do país, sejam tratados com igualdade.

Obama destacou a importância do Estado de Direito em um comparecimento junto com a líder da oposição birmanesa e vencedora do prêmio Nobel da Paz em 1991, Aung San Suu Kyi, com quem se reuniu em Yangun, a antiga capital de Mianmar.

"Os rohingyas e os outros grupos étnicos devem ser iguais perante a lei", afirmou em entrevista coletiva.

Obama destacou que é importante que todas as minorias étnicas sejam tratadas com igualdade e reconheceu a "complexidade" da situação no estado de Rakhine, onde a violência sectária já causou dezenas de mortes.

"O processo de reconciliação nacional é necessário para acabar com a violência sectária", disse.

Para o presidente americano, Mianmar fez avanços nos últimos anos, como a libertação de presos políticos e o fim do recrutamento de crianças-soldado, mas a tarefa ainda está "incompleta".

Além disso, Obama disse que nenhum jornalista deveria ser preso por fazer seu trabalho, em referência às detenções de profissionais da informação por parte das autoridades birmanesas.

Suu Kyi, por sua vez, falou de "buracos" no processo de reformas e pediu diálogo com o governo para trabalhar em favor do desenvolvimento do país.

"O otimismo pode levar à complacência", advertiu a Nobel da Paz, que passou mais de 15 anos em prisão domiciliar durante o regime militar, que cedeu o poder a um governo civil em 2011.

Suu Kyi afirmou que só o Estado de Direito acabará com os conflitos e a violência no país e que o povo "tem o direito de se sentir seguro em suas casas, não ameaçado".

A crise humanitária da minoria muçulmana rohingya é um dos temas mais controversos no país e até o partido de Suu Kyi resiste em falar a favor dessa comunidade, que não é reconhecida pelo governo.

Aproximadamente 140 mil rohingyas estão amontoados em acampamentos de refugiados no estado de Rakhine, que quase não têm infraestrutura sanitária e meios de subsistência, desde que explodiu a violência sectária em 2012.

Milhares desses muçulmanos embarcam em perigosos viagens através do Mar de Andamão para chegar à Tailândia e à Malásia, onde acabando se tornando vítimas de tráfico humano.

A minoria étnica kachin também denunciou abusos por parte do Exército, que desde 2011 luta contra a guerrilha desse grupo no noroeste do país.

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