Antonio Patriota, ministro das Relações Exteriores: missão também exigirá que seja ''respeitado'' o ''direito à defesa'' de Lugo (Renato Araujo/ABr)
Da Redação
Publicado em 4 de julho de 2012 às 17h15.
Rio de Janeiro - Os chanceleres da Argentina, Brasil, Colômbia, Uruguai e Venezuela partiram nesta quinta-feira do Rio de Janeiro para Assunção, no Paraguai, para analisar a crise gerada pela abertura de um julgamento político contra o presidente Fernando Lugo.
Fontes oficiais disseram à Agência Efe que o chanceler brasileiro, Antonio Patriota, levará ''uma mensagem da presidente Dilma Rousseff contra o que está se passando, o que é inaceitável para o Brasil'', sobretudo por causa da decisão do Senado paraguaio de concluir amanhã mesmo o processo.
Além de Patriota, as fontes disseram que o grupo que viajou para Assunção é integrado ainda pelos ministros das Relações Exteriores da Argentina, Héctor Timerman; Colômbia, María Ángela Holguín; Uruguai, Luis Almagro; e Venezuela, Nicolás Maduro.
A notícia sobre o processo aberto contra Fernando Lugo foi recebida no Rio de Janeiro durante a Conferência sobre Desenvolvimento Sustentável Rio+20.
A constituição do grupo e sua viagem foi decidida hoje mesmo numa reunião extraordinária de presidentes da União de Nações Sul-Americanas (Unasul), convocada para analisar a situação no Paraguai.
Patriota, que informou sobre a decisão após o encontro, explicou que o novo secretário-geral da Unasul, o venezuelano Alí Rodríguez, que assumiu o cargo na semana passada, também participará da missão.
O ministro afirmou que a Unasul concordou em atuar de acordo com o ''espírito'' estabelecido na cláusula democrática do bloco, e com o objetivo de garantir que sejam respeitadas a ''institucionalidade'' e a ''democracia'' no Paraguai.
Patriota disse que a missão também exigirá que seja ''respeitado'' o ''direito à defesa'' de Lugo, que foi processado devido a um suposto mau desempenho de suas funções, agravado pelo enfrentamento no país entre policiais e trabalhadores rurais no dia 15, que terminou com 17 mortos.
Lugo afirmou hoje que não renunciará ao cargo e disse que se submeterá ao ''julgamento político'' promovido pelo Congresso ''em todas suas consequências''.