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Ministro deixa disputa e kirchnerismo unifica candidatura

O ministro dos Transportes argentino, Florencio Randazzo, era o preferido da ala mais dura do kirchnerismo


	Daniel Scioli aceitou como vice em sua chapa um ideólogo do kirchnerismo, Carlos Zannini, pessoa próxima da presidente Cristina Kirchner
 (Pedro Ladeira/AFP)

Daniel Scioli aceitou como vice em sua chapa um ideólogo do kirchnerismo, Carlos Zannini, pessoa próxima da presidente Cristina Kirchner (Pedro Ladeira/AFP)

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Da Redação

Publicado em 18 de junho de 2015 às 14h58.

Buenos Aires - O ministro dos Transportes argentino, Florencio Randazzo, desistiu de disputar a presidência, o que unificou a candidatura kirchnerista em torno do governador da Província de Buenos Aires, Daniel Scioli.

O fim de uma disputa interna entre os governistas ocorre depois de Scioli aceitar como vice em sua chapa um ideólogo do kirchnerismo, Carlos Zannini, um dos homens mais próximos da presidente Cristina Kirchner e da corrente política iniciada há 12 anos por Néstor (2003-2007).

Em uma reunião na noite de quarta-feira, ela ofereceu a Randazzo ser o único postulante do partido ao governo da Província de Buenos Aires, mas ele recusou por e-mail.

O ministro era o preferido da ala mais dura do kirchnerismo e tinha como maior promotor de sua candidatura justamente Zannini. Scioli é considerado um moderado dentro do peronismo, do qual o kirchnerismo é uma corrente radical.

Embora apareça como o nome com mais chances de vencer a eleição, os militantes mais ligados à defesa de minorias, direitos humanos e subsídios sociais o veem com desconfiança por tradicionalmente evitar conflitos.

O anúncio da desistência de Randazzo foi feito na manhã desta quinta-feira pelo chefe do gabinete de ministros, Aníbal Fernández, que concorrerá ao governo da Província de Buenos Aires, na qual a capital Buenos Aires é um enclave com administração independente, há oito anos a cargo do conservador Mauricio Macri.

Ele é o principal rival de Scioli na disputa, depois da queda o ex-kirchnerista Sergio Massa nas pesquisas de intenção de voto.

Massa tentou uma aproximação de Macri nas últimas semanas, depois de perder o apoio de prefeitos e políticos que em sua maioria voltaram ao kirchnerismo depois de impor, em 2013, uma derrota a Cristina que a impediu de buscar uma nova reeleição com a mudança da Constituição.

O candidato conservador rejeitou uma aliança, alegando que a presença de um ex-kirchnerista mancharia seu projeto.

Com a unificação, não haverá prévias da Frente para a Vitória (FpV) em 9 de agosto, data prevista para que todos os grupos políticos definam seus candidatos.

As primárias argentinas funcionam como uma pesquisa de intenção de votos com uma alta participação.

Sem uma disputa interna governista, Cristina evita que a divisão dos votos governistas entre dois nomes, o que provavelmente permitiria que Macri terminasse como o candidato mais votado na primárias, considerando-se todos os partidos.

Simbolicamente, isso poderia fortalecer a candidatura opositora. Os partidos têm até a meia-noite de sábado para indicar quem participará das primárias.

Segundo a última pesquisa da consultoria M&F, Scioli aparecia com 33,3%, Macri com 32,2%, e Massa com 13,8%.

Com a unificação da candidatura governista, os eleitores que pretendiam votar em Randazzo devem passar a apoiar abertamente Scioli, o que deve elevar o índice do governador de Buenos Aires. Para vencer no primeiro turno, dia 25 de outubro, é preciso atingir 45% dos votos válidos ou 40% deles, desde que tenha 10 pontos porcentuais sobre o segundo colocado.

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