Mundo

Ministro das Relações Exteriores sucederá Erdogan na Turquia

O partido governante na Turquia anunciou que seu novo líder e próximo primeiro-ministro do país será o atual ministro das Relações Exteriores, Ahmet Davutoglu


	Ministro turco das Relações Exteriores, Ahmet Davutoglu: Erdogan foi eleito presidente
 (Adem Altan/AFP)

Ministro turco das Relações Exteriores, Ahmet Davutoglu: Erdogan foi eleito presidente (Adem Altan/AFP)

DR

Da Redação

Publicado em 21 de agosto de 2014 às 13h55.

Ancara - O partido governante na Turquia, o islamita Justiça e Desenvolvimento (AKP), anunciou nesta quinta-feira que seu novo líder e próximo primeiro-ministro do país será o atual ministro das Relações Exteriores, Ahmet Davutoglu.

"O candidato para presidir o partido é o ministro das Relações Exteriores Ahmet Davutoglu", declarou à imprensa o atual premiê, Recep Tayyp Erdogan, após uma reunião do comitê executivo do AKP.

No último dia 10, Erdogan foi eleito presidente do país, e na próxima quinta-feira assumirá o cargo de chefe de Estado. Com isso, Davutoglu se tornará seu sucessor à frente do governo. A decisão do comitê executivo do AKP ainda deve ser ratificada em um congresso extraordinário da legenda no próximo dia 27.

"Se ele se tornar presidente do partido, com os votos dos delegados, será também primeiro-ministro", declarou Erdogan.

Davutoglu, que concedeu entrevista coletiva com Erdogan em Ancara, disse que haverá continuidade no governo com ele como primeiro-ministro.

"Ninguém deve duvidar que vamos seguir nosso caminho", afirmou, ressaltando os grandes progressos econômicos e sociais nos últimos 12 anos de governo do AKP.

Davutoglu é considerado um dos colaboradores mais leais a Erdogan, e já foi seu principal assessor sobre política externa antes de assumir o posto de ministro das Relações Exteriores em 2009.

Como ministro, ele foi o principal promotor da nova política internacional da Turquia, que visa aumentar sua influência como potência regional no Oriente Médio, na Ásia Central e no norte da África.

Esta visão, qualificada frequentemente por seus críticos como "neo-otomana", é criticada por afastar o país de sua tradicional aliança com o Ocidente e de suas aspirações de entrada na União Europeia, embora Davutoglu sempre tenha negado esse distanciamento.

Veículos de imprensa críticos em relação ao governo alegam que, com ele como primeiro-ministro, nada vai mudar na política turca, já que Erdogan continuará controlando o governo a partir da presidência.

Já Kemal Kiliçdaroglu, presidente do principal partido da oposição, o social-democrata CHP, afirmou ontem ao jornal "Yurt" que Davutoglu será "uma marionete de primeiro-ministro".

Erdogan prometeu uma presidência ativa e romper com o tradicional papel cerimonial de chefe de Estado, utilizando todas as funções do cargo, como a possibilidade de convocar as reuniões do gabinete de ministros.

Acompanhe tudo sobre:ÁsiaEuropaPolíticaPolíticosTayyip ErdoganTurquia

Mais de Mundo

Israel reconhece que matou líder do Hamas em julho, no Irã

ONU denuncia roubo de 23 caminhões com ajuda humanitária em Gaza após bombardeio de Israel

Governo de Biden abre investigação sobre estratégia da China para dominar indústria de chips

Biden muda sentenças de 37 condenados à morte para penas de prisão perpétua