Brasília - O ministro da Defesa Nelson Jobim, que no Governo de Dilma Rousseff continua no cargo que ocupava com Luiz Inácio Lula da Silva, confirmou nesta sexta-feira que convidou o deputado e ex-presidente do PT, José Genoino para ser seu assessor.

"Efetivamente lhe propus ser assessor, mas ele ainda não respondeu", declarou Jobim em um programa emitido por uma rede de rádio pública, no qual assegurou que "não existe nenhum rancor nas Forças Armadas" pelo papel que Genoino desempenhou na guerrilha na década de 1970, contra a ditadura da época.

Jobim explicou que conhece Genoino desde 1988, com quem mantém "relações muito estreitas", e que o deputado já lhe deu consultorias informais em questões relativas a área de defesa.

As feridas deixadas pela ditadura permanecem abertas em alguns setores da sociedade e ocasionalmente provocam polêmicas, como uma divulgada nesta semana pelo novo ministro de Segurança Institucional, o general José Elito Carvalho Siqueira.

Ao assumir o cargo, o militar considerou que os desaparecidos por razões políticas após a ditadura não são motivo de "vergonha", mas se trata de um assunto que deve ser estudado como "fato histórico".

Dilma não se manifestou publicamente sobre o assunto, mas dois jornais locais afirmam que a presidente chamou o general e manifestou seu "mal-estar" pelas declarações.