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Ministro admite que déficit da Espanha pode superar 8%

Segundo o ministro da economia, a situação do país é a mais difícil das últimas décadas

Luis de Guindos com a vice-presidente e porta-voz do governo, Soraya Saenz de Santamaria: "estamos em uma situação muito difícil" (Dominique Faget/AFP)
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Da Redação

Publicado em 2 de janeiro de 2012 às 15h04.

Madri - - O ministro espanhol da Economia, Luis de Guindos, afirmou nesta segunda-feira que o déficit público pode superar os 8% do Produto Interno Bruto (PIB), número divulgado na sexta-feira pelo governo e já superior à meta de 6%.

"É possível que passe de 8%, mas espero que não seja muito", declarou o ministro à rádio Cadena Ser.

O novo governo conservador de Mariano Rajoy anunciou na sexta-feira um drástico plano de cortes de 8,9 bilhões de euros, assim como um aumento temporário dos impostos para arrecadar 6,275 bilhões de euros em 2012. A justificativa foi o déficit público superior aos 6% previstos.

"Estamos em uma situação muito difícil, muito complexa, certamente a mais difícil das últimas décadas na Espanha ", afirmou Guindos, antes de concluir que todos devem participar no esforço.

Mariano Rajoy, recentemente eleito presidente do governo espanhol após derrotar os socialistas nas eleições gerais celebradas em 20 de novembro de 2011, prometeu durante a campanha eleitoral reduzir o déficit espanhol para 4,4% do PIB em 2012 e alcançar 3% do déficit, limite imposto pela União Europeia (UE), um ano depois.

Vários economistas tem advertido contra um excesso de rigor que pode afetar a tímida recuperação econômica europeia, principalmente na Espanha, que pode voltar a entrar em recessão no início de 2012.

Para De Guindos, a solução deve vir de "uma discussão mais global", com referência aos próximos encontros europeus, e não apenas através de cortes.

"Todos temos que reduzir o déficit público, mas creio que teremos que dar um impulso às reformas econômicas, porque a Europa não será salva simplesmente pela política econômica de ajuste orçamentário", disse.


O governo espanhol pode apresentar mais medidas de ajuste no mês de março, quando terá que ser aprovado no Parlamento os orçamentos do Estado.

"As reformas econômicas são as que nos permitirão sair da crise", disse.

Para ele, o governo possui uma agenda reformista muito agressiva nas próximas semanas e para os próximos meses, principalmente no setor financeiro, onde, segundo De Guindos, deverão ser saneados os ativos imobiliários e onde deve ser implantada uma nova rodada de fusões.

"Também é preciso que haja no mercado de trabalho um sistema que acabe já com as dívidas que existem sobre a contratação", em uma Espanha que possui uma porcentagem recorde de desemprego entre os países industrializados, alcançando 21,52%, afirma.

Depois de o governo anunciar na sexta-feira um déficit de 6 a 8% do PIB em 2011, a Comissão Europeia "lamentou" o fato de que a Espanha irá descumprir a meta, mas ao mesmo tempo felicitou o pacote de novas medidas para reduzi-lo.

*Matéria aualizada às 16h06

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Madri - - O ministro espanhol da Economia, Luis de Guindos, afirmou nesta segunda-feira que o déficit público pode superar os 8% do Produto Interno Bruto (PIB), número divulgado na sexta-feira pelo governo e já superior à meta de 6%.

"É possível que passe de 8%, mas espero que não seja muito", declarou o ministro à rádio Cadena Ser.

O novo governo conservador de Mariano Rajoy anunciou na sexta-feira um drástico plano de cortes de 8,9 bilhões de euros, assim como um aumento temporário dos impostos para arrecadar 6,275 bilhões de euros em 2012. A justificativa foi o déficit público superior aos 6% previstos.

"Estamos em uma situação muito difícil, muito complexa, certamente a mais difícil das últimas décadas na Espanha ", afirmou Guindos, antes de concluir que todos devem participar no esforço.

Mariano Rajoy, recentemente eleito presidente do governo espanhol após derrotar os socialistas nas eleições gerais celebradas em 20 de novembro de 2011, prometeu durante a campanha eleitoral reduzir o déficit espanhol para 4,4% do PIB em 2012 e alcançar 3% do déficit, limite imposto pela União Europeia (UE), um ano depois.

Vários economistas tem advertido contra um excesso de rigor que pode afetar a tímida recuperação econômica europeia, principalmente na Espanha, que pode voltar a entrar em recessão no início de 2012.

Para De Guindos, a solução deve vir de "uma discussão mais global", com referência aos próximos encontros europeus, e não apenas através de cortes.

"Todos temos que reduzir o déficit público, mas creio que teremos que dar um impulso às reformas econômicas, porque a Europa não será salva simplesmente pela política econômica de ajuste orçamentário", disse.


O governo espanhol pode apresentar mais medidas de ajuste no mês de março, quando terá que ser aprovado no Parlamento os orçamentos do Estado.

"As reformas econômicas são as que nos permitirão sair da crise", disse.

Para ele, o governo possui uma agenda reformista muito agressiva nas próximas semanas e para os próximos meses, principalmente no setor financeiro, onde, segundo De Guindos, deverão ser saneados os ativos imobiliários e onde deve ser implantada uma nova rodada de fusões.

"Também é preciso que haja no mercado de trabalho um sistema que acabe já com as dívidas que existem sobre a contratação", em uma Espanha que possui uma porcentagem recorde de desemprego entre os países industrializados, alcançando 21,52%, afirma.

Depois de o governo anunciar na sexta-feira um déficit de 6 a 8% do PIB em 2011, a Comissão Europeia "lamentou" o fato de que a Espanha irá descumprir a meta, mas ao mesmo tempo felicitou o pacote de novas medidas para reduzi-lo.

*Matéria aualizada às 16h06

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