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Ministério Público investiga maus tratos a imigrantes

Ministério Público abriu uma investigação sobre o tratamento dado no abrigo da ilha italiana de Lampedusa a um grupo de imigrantes


	Imigrantes ilegais chegam à ilha de Lampedusa, na Itália: por enquanto, não há ninguém no registro dos investigados
 (Marco Di Lauro/Getty Images)

Imigrantes ilegais chegam à ilha de Lampedusa, na Itália: por enquanto, não há ninguém no registro dos investigados (Marco Di Lauro/Getty Images)

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Da Redação

Publicado em 18 de dezembro de 2013 às 10h46.

Roma - O Ministério Público de Agrigento (Sicília) abriu uma investigação sobre o tratamento dado no abrigo da ilha italiana de Lampedusa a um grupo de imigrantes que foram postos em fila nus ao ar livre para serem "desinfectados".

Segundo informaram nesta quarta-feira fontes judiciais, os fatos, que revelados pela divulgação de um vídeo na emissora pública italiana RAI2, motivaram a abertura desta investigação sob a hipótese de um suposto crime de violência privada e de maus-tratos contra as pessoas sob custódia.

Por enquanto, não há ninguém no registro dos investigados e a Procuradoria analisa as imagens do vídeo divulgadas pela emissora pública, que mostravam como os internos do centro de amparada se tinham que submeter, desnudos e à intempérie, à desinfecção da sarna.

Além disso, o ministério público da cidade de Agrigento, jurisdição à qual pertence a pequena ilha italiana, tem intenção de pedir a versão integral do vídeo, filmado com um celular por um imigrante sírio do abrigo.

A Comissão Europeia (CE), por sua vez, pediu hoje à Itália que avalie as condições em que vivem os imigrantes ilegais em Lampedusa, sobre as quais expressou preocupação, e ameaçou as autoridades de Roma com um processo de infração se não cumprirem as regras comunitárias.

"As imagens que vimos do centro de detenção em Lampedusa são terríveis e inaceitáveis", disse a comissária europeia de Interior, Cecilia Malmström, em comunicado em que pede a Roma uma investigação sobre o ocorrido e adverte sobre a possibilidade de sanções.

A indignação que o vídeo causou na Itália levou a prefeita de Lampedusa, Giusi Nicolini, a denunciar que as imagens mostradas lembravam a um "campo de concentração" e lamentou que esses fatos aconteçam cerca de dois meses depois do naufrágio de uma barca em Lampedusa no qual morreram 366 imigrantes procedentes do Chifre da África.

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