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Mineiro tenta cortar os pulsos durante protesto na Itália

Os mineiros, que querem impedir o fechamento do local, estão presos propositalmente a uma profundidade de 400 metros


	Sardenha: Os manifestantes pedem que seja desbloqueado um projeto de 1,6 bilhões de euros (R$ 4,1 bilhões) para fazer uma nova central elétrica 
 (Stephan Agostini/AFP)

Sardenha: Os manifestantes pedem que seja desbloqueado um projeto de 1,6 bilhões de euros (R$ 4,1 bilhões) para fazer uma nova central elétrica  (Stephan Agostini/AFP)

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Da Redação

Publicado em 29 de agosto de 2012 às 16h52.

Roma - O mineiro Stefano Melett, de 49 anos, tentou cortar os pulsos durante uma entrevista coletiva nesta quarta-feira como forma de protesto pelo possível fechamento de uma mina na ilha de Sardenha, na Itália.

Os mineiros, que querem impedir o fechamento do local, estão presos propositalmente a uma profundidade de 400 metros, para cobrar uma resposta do governo da Itália e da empresa Carbosulcis, que administra a mina de Nuraxi Figus.

Enquanto Meletti falava à imprensa sobre as condições de "desespero e exasperação" nas quais se encontram, tirou uma faca e cortou o pulso, tendo que ser imobilizado por seus companheiros para evitar que fizesse mais cortes.

"Querem que façamos isso para solucionar o problema?", disse Meletti, que teve que tomar dez pontos para sutura.

O grupo de 120 trabalhadores, que está ocupando a mina desde segunda-feira, avisou que no interior há 690 quilos de explosivos e 1.221 detonadores.

Os mineiros, entre eles três mulheres que também trabalham na mina, descem em grupos de 30 pessoas a uma profundidade de 400 metros e se revezam em turnos de oito horas.

Os manifestantes pedem que seja desbloqueado um projeto de 1,6 bilhões de euros (R$ 4,1 bilhões) para fazer uma nova central elétrica de carvão integrada com a mina, o que impediria o fechamento da estrutura.

"Lutaremos com veemência. O carvão é estratégico, o alumínio também. Não podem pensar em fechar as fábricas sem medir as consequências", declararam os mineiros.

O vice-ministro de Desenvolvimento Econômico, Claudio De Vincenti, explicou que o projeto de um depósito para o armazenamento de dióxido de carbono "custa demais".

No entanto, assegurou que "os trabalhadores não serão abandonados" e que tentará dar uma solução para o caso em uma reunião que terá com o ministro de Desenvolvimento Econômico, Corrado Passera, marcada para o próximo dia 31. 

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