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Milícias de autodefesa mexicanas ficam divididas após ordem

Civis armados estão divididos depois do envio de agentes dos serviços de segurança e da ordem do governo para abandonar ofensiva contra cartel

Vitrine de banco alvejada por balas, no México: civis armados fazem ofensiva contra o cartel Os Cavaleiros Templários (Hector Guerrero/AFP)
DR

Da Redação

Publicado em 14 de janeiro de 2014 às 09h01.

Uruapan - Os civis armados de Michoacán, estado do oeste do México que vive uma onda de violência, estão divididos depois do envio de agentes dos serviços de segurança e da ordem do governo para abandonar sua ofensiva contra o cartel do narcotráfico Os Cavaleiros Templários.

"Onze helicópteros e setenta agentes, de ação e do Ministério Público Federal", foram mobilizados na noite de segunda-feira em Michoacán "por tempo indefinido", informou a promotoria, logo após o anúncio do governo federal de que assumirá a segurança da região.

O ministro Miguel Ángel Osorio Chong instou os civis armados, organizados em milícias de autodefesa, "para que retornem aos seus lugares de origem e retomem suas atividades normais", enquanto o governador de Michoacán, Fausto Vallejo, advertiu que punirá quem descumprir a lei.

A resposta das milícias não tardou. Mas as vozes desses civis que combatem - com todo tipo de armas, incluindo as de uso exclusivo do exército - os narcotraficantes são divergentes.

O líder do Conselho de Autodefesa de Michoacán, José Manuel Mireles, declarou em um vídeo exibido pelo canal Televisa ter recebido "com alegria" a chegada das tropas federais a seu estado, e assegurou, "em seu nome e no de todos os coordenadores gerais" do movimento armado, que acatariam as instruções de Chong e de seu "amigo" Vallejo.


"Lembrem-se que somos apenas civis, trabalhadores e de bem, que assumimos uma responsabilidade que não nos cabia", declarou este médico de 55 anos, cuja segurança e cuidados médicos foram garantidos pelo governo após um acidente de avião recente.

Mas Hipólito Mora, líder das milícias da comunidade de La Ruana e porta-voz mais midiático depois de Mireles, não compartilha a mesma opinião. "Daqui nós não sairemos", garantiu à AFP.

"Não podemos deixar as armas quando (as autoridades) não prenderam nenhum dos líderes" do cartel, assegurou por sua vez Estanislao Beltrán, líder da comunidade Nueva Italia, a última a ser tomada no domingo pelas milícias.

Nos últimos dias, o governo mexicano foi criticado por não ter freado o avanço das milícias de autodefesa, e surgiram versões de que tolera o movimento e protege seu líder Mireles.

Osorio Chong ressaltou que os civis armados estão à margem da lei, ainda que tenha reconhecido ter dialogado com eles.

Os grupos de autodefesa surgiram em várias localidades de Michoacán no início de 2013. Diante da inação das autoridades, lutam contra Os Cavaleiros Templários, que são acusados de assassinar, sequestrar e extorquir impunemente a população de Michoacán há anos.

Em um ambiente de crescente violência, as milícias avançaram em vários municípios de Michoacán. Atualmente estão presentes em todo o território que cerca a cidade de Apatzingán, centro econômico mais importante de Tierra Caliente e grande feudo dos Templários.

As autodefesas garantiram que o objetivo é recuperar os 113 municípios de Michoacán.

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Uruapan - Os civis armados de Michoacán, estado do oeste do México que vive uma onda de violência, estão divididos depois do envio de agentes dos serviços de segurança e da ordem do governo para abandonar sua ofensiva contra o cartel do narcotráfico Os Cavaleiros Templários.

"Onze helicópteros e setenta agentes, de ação e do Ministério Público Federal", foram mobilizados na noite de segunda-feira em Michoacán "por tempo indefinido", informou a promotoria, logo após o anúncio do governo federal de que assumirá a segurança da região.

O ministro Miguel Ángel Osorio Chong instou os civis armados, organizados em milícias de autodefesa, "para que retornem aos seus lugares de origem e retomem suas atividades normais", enquanto o governador de Michoacán, Fausto Vallejo, advertiu que punirá quem descumprir a lei.

A resposta das milícias não tardou. Mas as vozes desses civis que combatem - com todo tipo de armas, incluindo as de uso exclusivo do exército - os narcotraficantes são divergentes.

O líder do Conselho de Autodefesa de Michoacán, José Manuel Mireles, declarou em um vídeo exibido pelo canal Televisa ter recebido "com alegria" a chegada das tropas federais a seu estado, e assegurou, "em seu nome e no de todos os coordenadores gerais" do movimento armado, que acatariam as instruções de Chong e de seu "amigo" Vallejo.


"Lembrem-se que somos apenas civis, trabalhadores e de bem, que assumimos uma responsabilidade que não nos cabia", declarou este médico de 55 anos, cuja segurança e cuidados médicos foram garantidos pelo governo após um acidente de avião recente.

Mas Hipólito Mora, líder das milícias da comunidade de La Ruana e porta-voz mais midiático depois de Mireles, não compartilha a mesma opinião. "Daqui nós não sairemos", garantiu à AFP.

"Não podemos deixar as armas quando (as autoridades) não prenderam nenhum dos líderes" do cartel, assegurou por sua vez Estanislao Beltrán, líder da comunidade Nueva Italia, a última a ser tomada no domingo pelas milícias.

Nos últimos dias, o governo mexicano foi criticado por não ter freado o avanço das milícias de autodefesa, e surgiram versões de que tolera o movimento e protege seu líder Mireles.

Osorio Chong ressaltou que os civis armados estão à margem da lei, ainda que tenha reconhecido ter dialogado com eles.

Os grupos de autodefesa surgiram em várias localidades de Michoacán no início de 2013. Diante da inação das autoridades, lutam contra Os Cavaleiros Templários, que são acusados de assassinar, sequestrar e extorquir impunemente a população de Michoacán há anos.

Em um ambiente de crescente violência, as milícias avançaram em vários municípios de Michoacán. Atualmente estão presentes em todo o território que cerca a cidade de Apatzingán, centro econômico mais importante de Tierra Caliente e grande feudo dos Templários.

As autodefesas garantiram que o objetivo é recuperar os 113 municípios de Michoacán.

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