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Milícia pró-Trump se prepara para possível conflito armado

Algumas milícias armadas estão se preparando para a possibilidade de uma eleição fraudada em 8 de novembro

Donald Trump tira foto com eleitores: magnata já disse que pode não respeitar os resultados se não vencer (Jonathan Ernst/Reuters)

Donald Trump tira foto com eleitores: magnata já disse que pode não respeitar os resultados se não vencer (Jonathan Ernst/Reuters)

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Reuters

Publicado em 2 de novembro de 2016 às 13h50.

Jackson - Em uma estrada do interior do Estado norte-americano da Geórgia, integrantes camuflados da Força Três Por Cento se mobilizavam para realizar práticas de tiro com rifle e treinamento de combate corporal - e um comício de campanha improvisado para o candidato presidencial republicano Donald Trump.

"Quantas pessoas vão votar em Trump? Hurra!", perguntou Chris Hill, um técnico jurídico que atende pelo nome de código "Agente de Sangue".

"Hurra!", gritou uma dúzia de milicianos em resposta na reunião do último final de semana.

À medida que a eleição presidencial mais polarizadora da história recente se aproxima de sua conclusão, algumas milícias armadas estão se preparando para a possibilidade de uma eleição fraudada em 8 de novembro e para distúrbios civis nos dias seguintes a uma vitória da democrata Hillary Clinton.

Eles dizem que não irão disparar o primeiro tiro, mas tampouco pretendem deixar as armas em casa.

A campanha populista de Trump empolgou milicianos como Hill, que admira as promessas do magnata de deportar imigrantes ilegais, impedir que muçulmanos entrem no país e construir um muro na fronteira com o México.

Trump vem alertando repetidamente que a eleição pode ser "manipulada", e já disse que pode não respeitar os resultados se não vencer. Ao menos um grupo paramilitar, o Oath Keepers (Mantenedores da Promessa, em inglês), conclamou seus membros a monitorarem os locais de votação em busca de sinais de fraude.

Os grupos paramilitares armados se tornaram proeminentes no início dos anos 1990, atiçados por confrontos em Ruby Ridge, Idaho e Waco, no Texas, que culminaram com o bombardeio realizado pelo simpatizante de uma milícia a um edifício de escritórios federais na cidade de Oklahoma em 1995, que matou 168 pessoas.

Seu número encolheu após o ataque, mas voltou a crescer nos últimos anos, fomentado pelo temor de que o presidente dos EUA, Barack Obama, ameaçasse a posse de armas e corroesse o poder de governos locais. O Southern Poverty Law Center, que monitora grupos extremistas, estima que existem 276 milícias ativas neste ano - eram 42 em 2008.

Muitos temem que Hillary irá empurrar o país ainda mais para a esquerda.

"Esta é a última chance de salvar a América da ruína", afirmou Hill. "Estou surpreso por ter sobrevivido ou suportado durante oito anos de Obama sem ficar literalmente louco, mas Hillary será mais do mesmo".

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