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Milhares de pessoas protestam no Egito

Uma das maiores manifestações ocorreu na província de Port Said, onde foi lembrado o aniversário da morte de 74 pessoas após um jogo de futebol no estádio desta cidade

Manifestante contra o governo de Mursi, no Egito: nas últimas horas, líderes da oposição pediram para que os protestos sejam feitos de forma pacífica. (REUTERS/Amr Abdallah Dalsh)

Manifestante contra o governo de Mursi, no Egito: nas últimas horas, líderes da oposição pediram para que os protestos sejam feitos de forma pacífica. (REUTERS/Amr Abdallah Dalsh)

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Da Redação

Publicado em 1 de fevereiro de 2013 às 15h07.

Cairo - Milhares de pessoas saíram às ruas do Egito, em diversas províncias do país, para protestar contra o presidente Mohammed Mursi e a Irmandade Muçulmana, em uma manifestação convocada por dezesseis partidos políticos e movimentos revolucionários e batizada de 'Sexta-feira do basta'.

Uma das maiores manifestações ocorreu na província de Port Said, próximo ao Canal de Suez, onde foi lembrado o aniversário da morte de 74 pessoas após um jogo de futebol no estádio desta cidade.

Os habitantes da cidade saíram às ruas após a oração muçulmana do meio-dia na mesquita de Maryam ao grito de 'com nossa alma e nosso sangue, te defenderemos, Port Said'. A passeata foi até o prédio do governo provincial.

No sábado passado, em Port Said, ocorreram violentos enfrentamentos entre a polícia e manifestantes, após ser divulgado que um tribunal do país recomendou pena de morte para 21 acusados pela tragédia no estádio da cidade.

No Cairo, várias manifestações partiram de diferentes pontos em direção à praça Tahrir e ao Palácio Presidencial de Itihadiya, no bairro de Heliópolis.

O frio e as chuvas contribuíram para que o número de manifestantes diminuísse.

Segundo constatou a Agência Efe, os manifestantes, em sua maioria jovens, que saíram da mesquita de Al Nour, no distrito de Abassiya, em direção ao Palácio Presidencial, levavam cartazes que pediam a queda do presidente Mursi, que militou na Irmandade Muçulmana até assumir o poder em junho do ano passado.


Um dos participantes da marcha, Issam Arafa, disse à agência Efe que estava participando para rejeitar 'o derramamento de sangue egípcio'.

'Está claro que o presidente não é quem governa o Egito, mas a Irmandade Muçulmana', criticou Arafa. Próximo do local do protesto, havia membros da organização 'Black Block', envolvida nos distúrbios da última semana e que foi declarada grupo terrorista pelas autoridades.

Vestidos com capuzes e roupas negras, vários integrantes do grupo, entre eles algumas mulheres, tentaram nesta manhã interromper o tráfego em Abassiya em uma ação que não teve grandes repercussões.

No Palácio Presidencial, soldados da Segurança Central e do Exército esperavam com tanques os manifestantes. Enquanto isso, na praça Tahrir, no centro da capital, chegaram várias passeatas que vieram das mesquitas de Sayida Zeinab, no bairro de mesmo nome, e de Mustafa Mahmoud, em Mohandesin, assim como da praça de Giza.

Essas manifestações só conseguiram concentrar algumas centenas de pessoas na Tahir ao longo da manhã, embora esse número tenha passado de mil no período da tarde.


A praça e suas imediações foram o principal foco dos enfrentamentos entre manifestantes e as forças de segurança que explodiram na sexta-feira passada durante a comemoração do segundo aniversário do início da revolução que derrubou o regime de Hosni Mubarak.

Os distúrbios em várias províncias do país causaram mais de cinquenta mortos e deixaram mais de mil feridos.

Nas últimas horas, líderes da oposição pediram para que os protestos sejam feitos de forma pacífica.

Em mensagem do Twitter, o Nobel da Paz Mohamed ElBaradei, um dos líderes da Frente de Salvação Nacional, principal aliança opositora não islamita, pediu calma e lembrou o acordo alcançado ontem entre as distintas partes para rejeitar a violência.

Ontem, as forças políticas deram os primeiros passos em direção a um diálogo nacional para resolver a crise, em um encontro organizado pela tradicional instituição sunita Al-Azhar, no qual todas as partes condenaram os recentes distúrbios.

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