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Milhares de manifestantes protestam contra o regime na Síria

Segundo a oposição, oito civis foram mortos nos atos; manifestações ocorreram em diversas cidades

Mais de 2.900 pessoas morreram desde o início da repressão na Síria, informou na quinta-feira a ONU (AFP)

Mais de 2.900 pessoas morreram desde o início da repressão na Síria, informou na quinta-feira a ONU (AFP)

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Da Redação

Publicado em 7 de outubro de 2011 às 13h29.

Damasco - Milhares de pessoas voltaram às ruas nesta sexta-feira para protestar contra o regime do presidente Bashar Al-Assad na Síria, onde oito civis morreram, segundo opositores.

Três civis morreram em Duma e outro em Zabadani, duas cidades localizadas perto de Damasco, segundo o Observatório Sírio de Direitos Humanos (OSDH).

Quatro civis também foram mortos pelas forças de segurança em Homs (centro), onde também ficaram feridos 25 manifestantes.

Manifestações contra o regime foram realizadas na maioria dos bairros de Homs, um dos redutos do protesto.

Em Deir Ezzor (leste), centenas de manifestantes protestaram depois da oração da sexta-feira e as forças de segurança dispararam para dispersar militantes em Maaret al Numan, na província de Idleb, perto da fronteira turca, deixando cinco feridos.

Mais de 2.900 pessoas morreram desde o início da repressão na Síria, informou na quinta-feira o Alto Comissariado da ONU para os Direitos Humanos (Acnur).

"Segundo a lista detalhada dos nomes das pessoas que temos, o número total de pessoas mortas desde o início das manifestações na Síria é superior a 2.900", afirmou o porta-voz do Acnur, Rupert Colville.

Mas antes de declarar que estas pessoas morreram na violenta repressão contra os manifestantes, a ONU deve realizar verificações, explicou Colville.

A Síria foi alvo de diversas críticas nesta sexta-feira em Genebra, em sua primeira aparição perante o Conselho dos Direitos Humanos da ONU no âmbito do Exame Periódico Universal (EPU).

Muitos países ocidentais, entre os quais o Brasil, pediram a Damasco que autorize a entrada sem obstáculos ao país de uma comissão de investigação internacional independente encarregada pela ONU em agosto passado de investigar as violações dos direitos humanos na Síria.

Já a França convocou a Síria "a ouvir as demandas da comunidade internacional pondo um fim imediato à repressão e ao clima de terror que impôs a sua própria população".


"A própria Alta Comissária para os Direitos Humanos considerou que alguns dos crimes podem ser qualificados de crimes contra a Humanidade", destacou o representante da França na ONU, Jean-Baptiste Mattei.

Reino Unido e Estados Unidos também pediram a libertação imediata e sem condições de todos os prisioneiros políticos.

"Um governo que não respeita a vontade de seu povo, que nega os direitos fundamentais de seus cidadãos e opta por governar por meio do terror e da intimidação não pode ser considerado legítimo e deve renunciar imediatamente", declarou a embaixadora americana Betty King.

Quando diversos embaixadores receberam denúncias de torturas, de desaparecimentos e de violência infligidos à população pela polícia, o representante sírio rejeitou as acusações, afirmando que as forças policiais nem mesmo estavam armadas.

O presidente da delegação síria, o vice-ministro das Relações Exteriores Faysal Mekdad, também afirmou que as autoridades "utilizaram os tanques quando foi constatado que os policiais não estavam equipados" para se defender dos manifestantes.

Também indicou que Damasco se dispõe a fornecer à ONU uma lista de 1.100 pessoas, entre elas policiais, "que foram mortas por terroristas".

A Síria obteve o apoio do representante russo, que afirmou que "a oposição prefere recorrer ao uso de armas", destacando, pelo contrário, as "medidas adotadas" por Damasco "com o objetivo de ampliar a liberdade dos cidadãos".

Já a China destacou o princípio da ingerência nos assuntos internos de um país.

No entanto, o representante chinês reconheceu que está "preocupado com a virada dos acontecimentos" e convocou "todas as partes a dar provas de moderação".

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