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Milei perde apoio em 18 de 24 municípios da Grande Buenos Aires, mostra pesquisa

Presidente segue com apoio na maioria do país, mas sofre críticas por perda de poder de compra e cortes de repasses

Javier Milei, presidente da Argentina, durante durante reunião do G7 em Bari, na Itália, em 14 de junho (Tiziana Fabi/AFP)

Javier Milei, presidente da Argentina, durante durante reunião do G7 em Bari, na Itália, em 14 de junho (Tiziana Fabi/AFP)

Rafael Balago
Rafael Balago

Repórter de macroeconomia

Publicado em 18 de junho de 2024 às 14h12.

Última atualização em 18 de junho de 2024 às 14h34.

Com seis meses de governo, o presidente Javier Milei ainda tem apoio da maioria dos argentinos, mostram pesquisas. Ele tem números positivos de popularidade em 19 de 24 províncias, mas enfrenta dificuldade na Grande Buenos Aires, uma das áreas mais populosas do país

Uma pesquisa recente da CB Consultoria, feita entre 5 e 9 de junho, apontou que ele tem aprovação da maioria em apenas 2 dos 24 municípios da Grande Buenos Aires, região chamada na Argentina de Conurbano.

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Em 18 deles, sua avaliação caiu no último mês. A pior taxa vem de La Matanza, onde 60,7% o rejeitam e 32,8% o aprovam. A cidade é vizinha da capital, Buenos Aires, e costuma eleger candidatos peronistas.

Já o melhor resultado vem em San Isidro, onde 54,7% o aprovam. Em Vicente López, 48,3% o avaliam bem. A maioria de aprovação só se dá nestes dois locais.

Pela divisão política argentina, a cidade de Buenos Aires, capital do país, é administrada como uma área separada de sua região metropolitana, que pertence à província de Buenos Aires. Essa província é a mais populosa do país, com 17,5 milhões de pessoas, segundo o censo de 2022.

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Nas eleições de 2023, Milei perdeu na província de Buenos Aires, mas por pouco. O libertário teve 49,26% dos votos, ante 44,30% de Sergio Massa, o candidato do governo na época e ligado ao peronismo.

No país todo, Milei tem 54,8% de aprovação, segundo a CB.

Medidas duras de Milei

O presidente, que tomou posse em dezembro, adotou medidas como desvalorizar o câmbio oficial, conter o déficit fiscal e reduzir os reajustes de aposentadorias e repasses às províncias. Isso esfriou a economia e melhorou os indicadores, mas há queixas de perda de poder de compra da população e incertezas sobre como sustentar o controle fiscal a longo prazo.

A Argentina continua em situação econômica instável. Do lado positivo, a inflação vem recuando: baixou de 25,5% ao mês em dezembro para 4,2% em maio, e o governo registrou seu primeiro superávit fiscal desde 2008. Ao mesmo tempo, houve perda de poder de compra da população, e a perspectiva é de que neste ano a economia argentina encolha 2,8%, projeta o FMI.

“A estrada à frente para a Argentina segue desafiadora, e para avançar os ganhos iniciais é preciso evoluir as políticas, como melhorar a qualidade da consolidação fiscal para garantir sua durabilidade e justiça e proteger os mais vulneráveis”, disse Julie Kozack, diretora de comunicação do FMI, em entrevista coletiva no começo de junho.

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