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Migrantes centro-americanos seguem para ponte na fronteira com EUA

Agente chegou a dizer aos migrantes que para cruzar a fronteira e pedir asilo nos EUA era preciso entrar em lista de espera, o que foi rejeitado pelo grupo

Caravanas de imigrantes: presidente Donald Trump acusa os migrantes de tentar invadir os Estados Unidos e enviou milhares de militares à fronteira com o México (Jorge Duenes/Reuters)

Caravanas de imigrantes: presidente Donald Trump acusa os migrantes de tentar invadir os Estados Unidos e enviou milhares de militares à fronteira com o México (Jorge Duenes/Reuters)

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AFP

Publicado em 22 de novembro de 2018 às 20h59.

Centenas de centro-americanos da caravana de migrantes que chegou a Tijuana, no México, seguiam nesta quinta-feira, 22, para uma ponte na fronteira com os Estados Unidos, enquanto eram monitorados por helicópteros americanos.

Os migrantes - homens, mulheres e até crianças - partiram ao meio-dia do albergue instalado pela prefeitura de Tijuana em direção à ponte El Chaparral, localizada a cerca de um quilômetro do local, constatou a AFP.

O grupo partiu cerca de duas horas antes do início de exercícios do pessoal da alfândega e de proteção da fronteira no lado americano, exatamente na região de Tijuana.

Um agente do grupo Beta - equipe de oficiais e voluntários do governo mexicano que auxilia há anos os migrantes - conversou com a liderança da marcha no momento em que se registrava certa agitação entre os centro-americanos.

Com a ajuda de um alto-falante, o agente do grupo Beta explicou aos migrantes que para cruzar a fronteira e pediu asilo nos Estados Unidos era preciso entrar em uma lista de espera, o que foi rejeitado pelo grupo.

"Que nos deixem passar, estamos desesperados, deixamos nossas famílias em Honduras. Precisamos de trabalho", disse um migrante identificado como Wilson.

O agente, na tentativa de deter o avanço do grupo de migrantes, citou os benefícios oferecidos pelo México para que regularizem sua situação.

"Há um escritório onde se oferece trabalho, há muito trabalho na cidade (Tijuana)...". O que propomos é que ao menos ganhem algum dinheiro antes de seguir para os Estados Unidos. Que esperem a sua vez".

Outro homem informou que no albergue havia ônibus para levar os migrantes a um local onde era oferecido trabalho. "Não queremos!" - gritaram os migrantes antes de reiniciar sua marcha em direção à fronteira.

Irritados após uma noite chuvosa que encharcou seus pertences e colchões instalados a céu aberto, os milhares de migrantes no albergue em Tijuana acordaram com um único pensamento: partir do local em direção à fronteira americana.

"Vamos direto para a fronteira! Assim poderemos pressionar Trump. Neste albergue estamos apenas perdendo tempo e nossas forças" - gritou em um alto-falante Carlos Rodríguez, um membro da caravana. "Hoje é um dia especial, de Ação de Graças nos Estados Unidos (Thanksgiving). Não vão nos linchar", disse Rodríguez entre aplausos e gritos da multidão.

"Vou hoje mesmo para o outro lado, por uma ponte ou por outro caminho. Não importa como, mas já não podemos ficar aqui" no albergue, disse à Elvin Perdomo, um hondurenho que viaja apenas com seu filho pequeno.

O presidente americano, Donald Trump, acusa os migrantes de tentar invadir os Estados Unidos e enviou milhares de militares à fronteira com o México.

Trump renovou nesta quinta-feira sua ameaça de fechar toda a fronteira com o México, incluindo para os intercâmbios comerciais, se a situação migratória sair do controle.

"Se chegar a um nível em que percamos o controle ou pessoas possam ficar feridas, fecharemos a entrada ao país por um período de tempo", afirmou aos jornalistas.

"Eu me refiro à toda fronteira. México não poderá vender seus automóveis aos Estados Unidos", afirmou.

Trump já havia ameaçado em meados de outubro, em plena campanha para as eleições de meio de mandato, impedir a caravana de migrantes centro-americanos a entrar em seu país se o México não for "capaz" de deter o "assalto".

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